sábado, abril 01, 2006

RUMO A 2006: Trinidad e Tobago

___________________________________________________________
Henrique Moretti

Numa Copa do Mundo com tantos estreantes (são seis, ao todo), Trinidad e Tobago é um dos mais renegados. Apontado por muitos como o pior time da competição, o pequeno país do Caribe não fará mais que número pelos gramados alemães, se der a lógica.

A classificação para o Mundial, na verdade, só foi conseguida graças ao generoso (para dizer o mínimo) número de vagas concedido aos países da CONCACAF – Américas Central e do Norte. São três vagas diretas e uma para a repescagem.

E foi dessa “brecha” no regulamento da FIFA que Trinidad soube se aproveitar. A campanha nas eliminatórias não foi nenhuma maravilha, com quatro vitórias e cinco derrotas no hexagonal final e disputa até a última rodada com a Guatemala pela concessão da repescagem.

Os Soca Warriors, como são conhecidos, levaram a melhor, e tiveram o direito de disputar classificação à Copa contra o representante asiático Bahrein. Os jogos, em ida-e-volta, mostraram-se emocionantes, com um empate por 1x1 em Porto de Espanha, e uma vitória tobaguenha por 1x0 em plena casa do adversário, garantindo a estadia na Alemanha no mês de Junho.

O técnico da seleção é o experiente holandês Leo Beenhakker, que já levou a Laranja a uma Copa do Mundo, em 1990. Ele pode ser considerado responsável direto pela inédita classificação da menor nação da história a chegar a uma competição desse porte (possui aproximadamente 1,1 milhões de habitantes). O ex-treinador do Ajax substituiu o demitido Bertille Saint Clair já com o hexagonal final das eliminatórias em andamento e reabilitou a equipe, que chegou a vencer três de seus últimos quatro jogos.

Outros heróis da classificação caribenha são os veteranos Dwight Yorke, ex-artilheiro do Manchester United (foto abaixo), Russell Latapy e Stern John (este goleador da equipe na campanha para a Copa, com 12 gols). Os três podem formar a linha de frente da seleção, que joga em um 4-4-2 disfarçado de 4-3-3, já que o (ex)atacante Yorke não possui mais a velocidade dos tempos áureos de Premier League e, como pôde se observar na disputa do Mundial de Clubes pelo Sydney, ele agora costuma atuar pela faixa do meio de campo, armando jogadas. O defensor Kenwyne Jones é outro que também já teve passagem pelo Campeonato Inglês.

Infelizmente, os Soca Warriors acabaram não dando muita sorte no sorteio das chaves da Copa da Alemanha e estarão no Grupo B, junto de Inglaterra, Suécia e Paraguai. Assim, suas antes já remotas chances de classificação caem ainda mais, considerando a qualidade dos jogadores ingleses e suecos, e a maior experiência dos paraguaios. Uma zebra rubro-negra, nesse caso, é praticamente descartada.

Apesar desse rótulo de azarão, Trinidad e Tobago não tem do que reclamar. Afinal, o simples fato de estar na maior competição esportiva do mundo já é um grande feito, que lembra àquele obtido pela sua vizinha Jamaica no Mundial 98. Como daquela vez, animação e excentricidade por parte dos caribenhos, ao menos, devem estar garantidas.


FICHA TÉCNICA

Fundação: 1908
Afiliação à FIFA: 1963
Participações em Mundiais: Estreante
Melhor Resultado: Estreante
Última Copa: Não disputou
Campanha nas Eliminatórias: 4º colocado no Zonal da CONCACAF
Títulos Continentais: Nenhum
Ranking FIFA: 49º
Time-Base: Kelvin Jack, Avery John, Andrews, Jones, Lawrence; Edwards, Spann, Whitley (Latapy), Yorke; Birchall e Stern John
Formação: 4-4-2
Técnico: Leo Beenhakker
Principal Destaque: Dwight Yorke (Sydney)

Avaliação: * (Mero Participante)

Nenhum comentário: