sexta-feira, maio 11, 2007

Definidos os confrontos de quartas-de-final da Taça Libertadores da América

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Henrique Moretti

A decisiva rodada de volta das oitavas foi disputada no último meio de semana. Na terça-feira, o Colo-Colo bateu o América do México, em Assunção, por 2 a 1, mas o resultado de nada adiantou, já que os mexicanos haviam vencido por 3 a 0 o jogo de ida, no estádio Azteca. O América, que não conta mais com o veterano meia Blanco, transferido ao futebol dos EUA, agora enfrenta o Santos, que teve mais dificuldades que o esperado para passar pelos venezuelanos do Caracas, na Vila Belmiro.

Outra equipe que ganhou mas não levou foi o Toluca, também do México. Os 2 a 0 aplicados diante do Cúcuta Deportivo, no estádio Miguel Hidalgo, não foram suficientes para reverter a vantagem dos colombianos, que podiam perder por até 3 gols de diferença. Assim, o Cúcuta, grande zebra da Libertadores até aqui, terá pela frente o tradicional Nacional, tricampeão da competição, que bateu o Necaxa em plena Cidade do México. Os uruguaios devem a classificação ao goleiro Buruazza, que salvou a equipe em várias oportunidades. A vitória veio aos 43 minutos do segundo tempo, quando Martinez fez o único gol da partida, mas nem era necessário, pois o 0 a 0 bastava para a classificação.

No clássico argentino da rodada, o Boca Juniors, penta-campeão da Libertadores, fez valer a vantagem adquirida na partida de ida, quando bateu o Vélez Sarsfield na Bombonera por 3 a 0. Jogando no José Almafitani, o Vélez até conseguiu assustar os xeneizes, que jogaram a maior parte do jogo com 1 jogador a menos, porém a vitória por 3 a 1 não foi suficiente. A equipe de Riquelme, autor de um gol olímpico na partida, agora enfrenta o Libertad, que empatou com o Paraná Clube por 1 a 1, no Defensores del Chaco, e acabou beneficiado pela vitória na partida de ida. A equipe paraguaia, semifinalista da Libertadores 2006, abriu o placar logo no início do primeiro tempo, em falha do goleiro Flávio, e conseguiu se segurar no segundo, sofrendo o gol de empate paranista, de Joelson, já bem perto do apito final.

O jogo mais esperado para os brasileiros aconteceu na noite de quarta-feira, envolvendo São Paulo e Grêmio num estádio Olímpico abarrotado. Com poucas chances de gol criadas, quem se saiu melhor foi o Tricolor Gaúcho, que confirmou a fama de “copeiro” e se classificou ao vencer por 2 a 0, gols dos meias Tcheco, que recentemente acendeu polêmica com os são-paulinos, e Diego Souza, revelado no Fluminense e que já havia sido destaque na partida disputada no Morumbi.

A chance de novo confronto canarinho nas quartas-de-final não se concretizou por causa do Defensor, do Uruguai, que conseguiu segurar o Flamengo e seus 57 mil torcedores que lotaram o Maracanã. Os rubro-negros ganharam por 2 a 0, gols de um inspirado meia Renato, mas precisavam de mais 1 gol para levar a decisão aos pênaltis. Os uruguaios ainda assustaram no fim da partida em contra-ataques, obrigando o goleiro Bruno a praticar grandes defesas.

Os confrontos de quartas-de-final da Libertadores já se iniciam na próxima semana, com as partidas de ida acontecendo nos dias 15, 16 e 17 de maio.

quinta-feira, maio 10, 2007

Quando o colunista queima a língua

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Henrique Moretti

Resolvi fazer do título deste post uma referência à coluna anterior, na qual Vanderlei Luxemburgo foi duramente criticado pelas dispensas de Pedro e Rodrigo Tiuí. É claro que não me arrependo e continuo pensando que os dois farão falta na fase decisiva da Libertadores, bem como na disputa simultânea do Campeonato Brasileiro.

Porém, tendo em pauta o segundo jogo da final do Campeonato Paulista, disputada no último domingo, o treinador santista merece todos os elogios. Primeiro, por iniciar a partida numa formação ultra-ofensiva, com Pedrinho, Jonas e Marcos Aurélio juntos, e com apenas um volante de origem, Rodrigo Souto, empurrando o chileno Maldonado para fazer as vezes de lateral-direito “europeu” (ou seja, um zagueiro por esse lado do campo). Segundo, por ter lançado mão do atacante Moraes, de 20 anos, filho e irmão de ex-santistas (os também dianteiros Aluísio e Bruno Moraes), na metade do primeiro tempo, o que culminou no cabeceio certeiro do jovem cuja presença no banco de reservas, no jogo de ida, havia sido considerada um erro, por parte deste blogueiro.

Pelos lados do Azulão, aponto o principal erro de Dorival Júnior: acreditar que uma formação que deu certo na primeira partida (ler “Desfalque que faz bem”) pudesse causar o mesmo efeito quando composta por jogadores diferentes - os que voltavam de suspensão. Trocando em miúdos, Dorival fez a equipe jogar novamente com Luiz Alberto de terceiro zagueiro, empurrando Glaydson à direita do meio-campo e Canindé à esquerda. Entretanto, o ex-santista não tem a capacidade de marcação que Ademir Sopa demonstrou naqueles 2 a 0, sobrecarregando assim o meia Douglas, que não conseguiu espaço para armar o time e fazer a bola chegar aos atacantes. Ao mesmo tempo, Glaydson não conseguiu repetir a boa atuação que Galiardo teve no setor.

Somando-se isso à péssima partida de Canindé também no âmbito ofensivo, o resultado não poderia ser outro, mesmo por que quando Dorival percebeu a falha e tentou copiar o esquema vitorioso do dia 29, colocando Sopa e Galiardo, o destino da partida já estava selado.

Para finalizar, parabéns a Vanderlei, a Moraes, e principalmente ao Santos, que desbancou o “provável” campeão São Caetano, em outra citação da coluna da discórdia. Como ainda não sou ninguém no mundo do jornalismo esportivo, reconheço aqui quando queimo a língua, e o mesmo desejo fazer quando obtiver meu espaço (que, obviamente, sonho em conquistar), afinal, dificilmente um jornalista estará a salvo de “barrigadas”.