quarta-feira, dezembro 21, 2005

RUMO A 2006: Portugal

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Henrique Moretti

Disposto a apagar a má impressão deixada na Copa do Mundo 2002. É com esse pensamento que Portugal chega à Alemanha 2006.

E os portugueses têm tudo para estarem confiantes numa boa participação. Os fatores: grande campanha nas eliminatórias européias, com liderança isolada no Grupo 3 com sete pontos de vantagem para os segundos colocados, Eslováquia e Rússia; serem comandados por um técnico vencedor, Luiz Felipe Scolari, o Felipão, vencedor da Copa 2002 com o Brasil, e que provocou novamente na torcida o orgulho de ser português; boa participação na última Eurocopa, em 2004, em casa, numa chegada inédita à final (foram derrotados pela Grécia).

Tudo isso somado aos bons jogadores da nova e da velha geração portuguesa, como os defensores Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira, da grande zaga do Chelsea, que formam uma defesa segura com Jorge Andrade e Nuno Valente, meio-campistas de talento comprovado, o brasileiro do barcelona Deco, e o veterano Figo, da Inter, e que contam com a proteção dos volantes Costinha e Petit. No ataque, aparecem a maior revelação portuguesa dos últimos anos, Cristiano Ronaldo, do Manchester, e o artilheiro das Eliminatórias Pauleta. Ainda há boas opções do banco de reservas, como os volantes Maniche, de boa participação na última Euro, o jovem Tiago, e o rápido atacante Luis Boa Morte. Para o gol, Ricardo tem a confiança de Felipão, que sofre pressão de torcida e imprensa desde a Euro para convocar Vítor Baía, ídolo do Porto.

Como se não bastasse, o grupo de Portugal na Copa 2006, o D, é considerado fácil, com o México de cabeça-de-chave e Irã e Angola apenas como teóricos figurantes. A classificação da equipe de Felipão para a Segunda Fase é quase certa, quando aí sim apareceriam problemas, com um provável cruzamento contra Holanda ou Argentina.

Por essas e outras, a torcida portuguesa pode ficar esperançosa para o Mundial da Alemanha. Felipão já mostrou várias vezes que seu santo é forte e que não brinca em serviço.

A “família Scolari” mudou de endereço, e agora tenta repetir o feito da consagrada de 2002. Um renegado, como o Romário de 4 anos atrás, já há. Bom sinal para a equipe de Figo e cia.


FICHA TÉCNICA

Fundação: 1914
Afiliação à FIFA: 1923
Participações em Mundiais: 3 (1966, 1986, 2002)
Melhor Resultado: Semifinais (1966)
Última Copa: Primeira Fase (2002)
Campanha nas Eliminatórias: 1º colocado do Grupo 3 da Zona Européia
Títulos Continentais: Nenhum
Ranking FIFA: 10º
Time-Base: Ricardo, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade (Fernando Meira), Nuno Valente; Petit, Costinha, Deco, Figo, Cristiano Ronaldo; Pauleta
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Principal Estrela: Luis Figo (Internazionale)
Formação: 4-3-2-1
Avaliação: *** (Passa da Primeira Fase)

FALTAM 170 DIAS PARA A COPA DO MUNDO 2006!
créditos: www.fifaworldcup.com.br

segunda-feira, dezembro 19, 2005

A História da UEFA Champions League

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Christian Avgoustopoulos

As terças e quartas a tarde do brasileiro tem ganhado um novo atrativo nesses últimos anos. Torcedores se reúnem em bares, clubes, em casa ou apenas acompanham pela Internet um dos torneios mais interessantes e de alto nível do futebol mundial. Estamos falando da Copa dos campeões da UEFA. Com o êxodo de nossos melhores atletas para o velho continente, jogos entre os grandes times europeus como Real Madrid, Juventus, Manchester United, Bayern Munchen, entre outros, têm gerado um grande interesse em nosso publico nacional. Futebol bem jogado, craques de todas as partes do mundo e boa divulgação na mídia tem sido a fórmula do sucesso dessa competição. Porém são poucas as pessoas que conhecem a história deste torneio.

O torneio, que era disputado pelos campeões nacionais de cada país membro da Uefa, já passou por diversos moldes. Em 1955/56, seu ano de estréia, era um simples mata-mata, até a final. Esse sistema permaneceu até a temporada de 1991/92, onde foi adotada também uma fase de grupos após uma rodada eliminatória, e os vencedores de cada grupo faziam a final. Depois, a cada ano foram sendo feitas algumas pequenas adaptações para que mais times pudessem participar, seguindo sempre esse molde, com fase eliminatória, grupos e novamente eliminatória.

Paralela a essa competição havia a Cup Winners’ Cup (extinta em 2000/01), onde participavam os campeões das copas de cada país, e ainda havia a Copa Uefa, participando dela os melhores colocados de cada país que não venceram títulos internos. Ambas competições eram no sistema eliminatório.

Mas a mudança mais brusca ocorreu em 1996/97, quando uma das características principais do torneio foi modificada. A partir dessa temporada, não eram apenas os campeões de cada país que participariam da competição, como o nome sugere. Cada país agora iria ter um número de vagas variável, que seria baseado em um ranking da Uefa, onde seriam consideradas as performances das equipes de cada país, beneficiando aqueles que apresentassem um nível mais competitivo nas competições internacionais.

Os interesses financeiros provavelmente devem ter sido muito relevantes nessa mudança. Embora apresentando um nível bem mais competitivo, é fato que a idéia principal do torneio foi radicalmente mudada. O torneio que antes tinha por objetivo determinar o campeão dos campeões europeus passou a ser uma liga que, obviamente, além de determinar o campeão europeu, mostra quais são os campeonatos mais fortes na Europa. Agora, pode sagrar-se campeão europeu o terceiro ou até mesmo o quarto colocado de um determinado país, o que soa como uma grande antítese ao nome do torneio. Talvez a antítese não seja apenas aplicada ao nome do torneio, mas sim em seus ideais, que mesmo apresentando objetivos semelhantes, mudam bruscamente a historia do torneio, levando os últimos anos a um plano de comparação totalmente distinto do que era proposto anteriormente. Os campeões dos países de menor expressão tem que às vezes eliminar 3 times antes em uma fase pré-eliminatória para disputar a competição, enquanto os vices das ligas mais fortes, por ex, já estão garantidos na fase de grupos, o que vai aumentando cada vez mais o abismo entre os gigantes e os pequenos europeus, dificultando a ascensão do futebol nos países de menor expressão no esporte. É um ponto muito delicado, e é difícil julgar qual a melhor formula para o melhor desempenho do torneio. A grosso modo, acredito que a formula atual seja menos justa e mais rentável.

Deixando a polêmica questão de lado, é interessante observarmos as equipes de maior tradição nas conquistas européias. O Real Madrid (foto) foi o maior vencedor da competição, com 9 títulos ao longo de toda sua história. Seguem atrás o Milan (foto da torcida acima), com 6 títulos, e o Liverpool com 5. Outro fato curioso é a acirrada disputa entre o numero de títulos somados entre os clubes de cada país. Espanha, Inglaterra e Itália tem 10 títulos cada, seguidos pelos alemães e os holandeses com 6 conquistas cada. Também é interessante mostrar que 10 países já tiveram representantes campeões, e que clubes de 13 países chegaram ao menos na final. Isso mostra que equipes de escolas menos badaladas conseguem algumas vezes pregar surpresas e levar equipes à gloria em âmbito internacional.

Nessa temporada de 2005/2006, poderemos ter um país com o maior numero de títulos isolados, já que dos 16 classificados para as oitavas de final, 9 fazem parte da Espanha, Inglaterra e Itália, com 3 representantes cada. Mas é possível também que prevaleça o futebol das demais sete equipes, que sem dúvida tiveram méritos para chegar a esse estagio. E que prevaleça o bom futebol tão apreciado e esperado por nós daqui do Brasil.


Vencedores de todas edições da Uefa Champions League:


1955/56 Real Madrid
1956/57 Real Madrid
1957/58 Real Madrid
1958/59 Real Madrid
1959/60 Real Madrid
1960/61 Benfica
1961/62 Benfica
1962/63 Milan
1963/64 Internazionale
1964/65 Internazionale
1965/66 Real Madrid
1966/67 Celtic
1967/68 Manchester United
1968/69 Milan
1969/70 Feyenoord
1970/71 Ajax
1971/72 Ajax
1972/73 Ajax
1973/74 Bayern München
1974/75 Bayern München
1975/76 Bayern München
1976/77 Liverpool
1977/78 Liverpool
1978/79 Nottingham Forest
1979/80 Nottingham Forest
1980/81 Liverpool
1981/82 Aston Villa
1982/83 Hamburger SV
1983/84 Liverpool
1984/85 Juventus
1985/86 Steaua Bucuresti
1986/87 Porto
1987/88 PSV
1988/89 Milan
1989/90 Milan
1990/91 Crvena zvezda
1991/92 Barcelona
1992/93 Olympique Marseille
1993/94 Milan
1994/95 Ajax
1995/96 Juventus
1996/97 Borussia Dortmund
1997/98 Real Madrid
1998/99 Manchester United
1999/00 Real Madrid
2000/01 Bayern München
2001/02 Real Madrid
2002/03 Milan
2003/04 Porto
2004/05 Liverpool

domingo, dezembro 18, 2005

RUMO A 2006: A seleção dos renegados

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Henrique Moretti

Imagine uma equipe com Sebastien Frey, Cristhian Panucci, Alex (PSV), Valerien Ismael e Gilberto; Clarence Seedorf, Edgar Davids, Dejan Petkovic e Alex (Fenerbahçe); Antonio Cassano e Roy Makaay. Seria um baita time, não? Pois é. Mas muito provavelmente tais jogadores não estarão na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006. Não acredita? Pois bem, pode acreditar. O teórico susto aumenta considerando-se que o banco dessa seleção conta com atletas como Robert Pires, Andrés D’alessandro, Juan Sebastien Verón, Rivaldo, Mark van Bommel e Guti, entre outros. Você deve estar pensando: “meu Deus, os selecionadores estão ficando loucos”. Não, nada disso. O fato é que, seja por critérios físicos, técnicos, táticos ou disciplinares, eles não estarão no Mundial 2006.

É claro que para se completar o onze inicial desse timaço foram cometidas pequenas “heresias”. Panucci, lateral italiano que se destacou na Roma, está velho e já não tem realmente como combater a concorrência de Zambrotta, Zaccardo e Bonera na Azzurra; Frey, que está em grande temporada na Fiorentina, tem como adversários na luta pelo gol da França os intocáveis Barthez e Coupét. Poderia até ser chamado, mas nesse caso apenas como terceiro goleiro; Gilberto, o lateral brasileiro do Hertha Berlim, é outro que não é nenhum inquestionável, e sua situação se complica quando um Roberto Carlos tem a vaga garantida há anos em sua posição.

Porém, os medianos da seleção param por aí.

Ainda na defesa, Alex, zagueiro ex-Santos, seria titular em várias equipes que vão à copa, mas Carlos Alberto Parreira teima em não convocá-lo. Alguém duvida que ele seria melhor opção que Lucio e Juan? Ou, ao menos no banco, mais apropriado que Roque Junior? Parece que ninguém.

Seu parceiro de zaga, Ismael, zagueiro francês que despontou no Werder Bremen e se transferiu recentemente para o Bayern de Munique, teria vaga sossegada ao menos na reserva dos “Blues”, que tem apenas Thuram de irretocável no setor defensivo. Mas a birra que o treinador Domenech tem para com o atleta parece ser grande.

Passando para o meio-de-campo, os holandeses Clarence Seedorf, Edgar Davids e van Bommel são unanimidades no mundo da bola. Três dos melhores volantes da atualidade, com certeza. Porém, não é isso que pensa o treinador Marco van Basten, que continua considerando a renovação laranja como pretexto para deixá-los de fora (é bom lembrar que os bons resultados obtidos respaldam o técnico laranja). Os dois últimos ainda têm chances de ir ao Mundial. Já Seedorf nunca esteve nos planos.

Na criação, o meia Petkovic (foto ao lado), atleta da Sérvia, é conhecidíssimo do público brasileiro e alguns aqui no país o consideram, inclusive, com nível para jogar na seleção canarinho. Mas o treinador sérvio Ilija Petkovic (curiosamente seu xará), considera seus problemas disciplinares suficientes para barrá-lo. Prefere Stankovic (da Inter), Djordjevic (do Olimpiakos) e cia. para a posição. Ao seu lado, como meia-esquerda, aparece o craque Alex, ex-Cruzeiro e Palmeiras. Excelente jogador, indiscutivelmente, mas Parreira aparece de novo com sua teimosia e prefere convocar Ricardinho, atleta menos dotado de qualidade técnica, com seguridade. Como opções na reserva, há ainda os argentinos D’alessandro (ex-River) e Veron e o françês Pires, além do versátil espanhol Guti. O primeiro não é chamado há tempos por José Pekerman para a Albiceleste, e deve mesmo ficar de fora da Copa, assim como Veron, este nunca lembrado. Pires é publicamente brigado com o treinador francês Domenech desde 2004, pediu desculpas recentemente, tentando voltar. Pode até ser que isso aconteça, porém não é realmente o mais provável. Guti, jogador do Real Madrid, seria peça importante para a Fúria espanhola se Xavi, do rival Barça, não for mesmo ao Mundial - está lesionado - e por isso mesmo acabou sendo reconvocado. Ainda assim, sua presença na Alemanha é uma incógnita.

No ataque da seleção dos renegados, Roy Makaay. O centroavante foi sempre um homem de confiança de van Basten para a reserva de Nistelrooy. Entretanto, com seu largo jejum de gols pelo Bayern, que durou três meses, ficou de fora de alguns jogos, e, mesmo tendo o respaldo do treinador, corre riscos de ser cortado. Já Cassano (foto ao lado), seu parceiro de frente, com seus evidentes problemas de relacionamentos, raramente é lembrado pelo técnico italiano Lippi, e deve perder sua vaga na Copa, apesar de sua bela participação na última Euro, para Toni, Gilardino, Vieri e Iaquinta. Para a suplência do setor, Rivaldo, mais um do grego Olimpiakos, que depois de péssima passagem pelo Cruzeiro nunca mais foi convocado por Parreira. Nem mesmo viver caso parecido com o de Makaay - sempre foi o queridinho do treinador - o garantirá no Mundial. Está fora.

Feita a devida apresentação, agora responda você mesmo caro leitor: essa seleção de renegados, que conta com uns atletas injustiçados, outros nem tanto, daria ou não muito trabalho às equipes favoritas ao título da Copa do Mundo 2006 na Alemanha?

FALTAM 173 DIAS PARA A COPA DO MUNDO 2006!