sexta-feira, março 31, 2006

O desabafo de um pseudo-escritor

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Christian Avgoustopoulos


Certamente a maioria dos que me conhece bem já tiveram a oportunidade de bater um longo papo comigo, daqueles cheio de ramificações, que vão vertendo em outros assuntos sem uma aparente relação, tomando um sentido tão complexo quanto essa confusa idéia que deixo registrada aqui, nessas linhas. Outros não tão conhecidos podem eventualmente num dia ocioso terem lido algum texto meu, seja este de caráter esportivo, o tema que tenho explorado nas minhas ultimas construções literárias, ou sobre um outro tema qualquer.

Neste mundo cheio de patentes, diplomas e certificações em geral, peço licença aos jornalistas, filósofos, escritores, professores, historiadores e etc. por estar utilizando do poder de escrever esse texto, já que não sou formado e não tenho nenhuma das qualificações acima para ser conceituado capaz de redigir um. Mas por outro lado, me sinto incentivado por algumas poucas pessoas que num momento esporádico qualquer dedicam 5 minutos de suas vidas para lerem o que escrevo, para compartilharem (ou não) de minhas idéias, ou apenas pra me dar uma força, por pura camaradagem mesmo.

Não é fácil escrever analisando uma posição que vá de encontro àquilo que as pessoas já têm como informação. Pouca gente se interessa em saber sobre o futebol na Romênia, sobre a Copa UEFA, sobre os times menos cotados dos principais campeonatos ou sobre jogadores que fazem sucesso em times médios. É de certa forma até compreensível, pois geralmente as pessoas gostam de falar sobre o melhor, sobre o mais importante. Mas muitas vezes perdem a oportunidade de averiguar se de fato o melhor é aquilo mesmo que acreditam ser. E, talvez o principal, perdem a oportunidade de conhecer o trabalho de muitos profissionais que têm recursos demasiadamente escassos e ainda assim tentam alcançar o mais alto nível, de forma até heróica.

Mas o que me deixa mais chateado é ver pessoas com qualificação, que dedicaram anos e anos a estudos e que teriam tudo para serem bons cronistas e jornalistas serem medíocres e limitados, e ainda assim “auxiliarem” as pessoas a formarem sua opinião tendo uma base muito mais poderosa que a minha. Jornalistas que acima de tudo mostram uma visão sempre ufanista e parcial, preterindo clubes e jogadores em detrimento de uma crença cega de que, se não é brasileiro não é bom, salvo as exceções dos estrangeiros que realmente tenham um potencial muito, muito grande. Por outras vezes também mostram total desconhecimento sobre o jogo ou as equipes envolvidas em suas matérias e transmissões. Por questões éticas prefiro guardar os nomes desses profissionais comigo mesmo, para não interferir ainda mais na sua opinião, leitor. Mas tenho certeza que alguns nomes passaram pela sua cabeça nesse instante.

Obviamente, há muita gente qualificada, que tem capacidade e que faz jus a seus títulos, mas estes por outro lado, com todo o perdão da força do termo, se prostituem em alguns momentos ao terem que concordar com seus colegas de trabalho, para manter um clima agradável e de perfeita harmonia em suas coberturas, até mesmo nas não esportivas. E há também alguns que têm excelente capacidade e não conseguem trabalhar num sistema que não acreditam. Muitos desses perdem seu espaço e passam a ser pouco valorizados, talvez tanto quanto eu, um cidadão comum, sem diploma, sem credibilidade, sem cultura ou base técnica naquilo que está desenvolvendo, que por um instante tem seus lampejos poéticos e só pode estar delirando quando pensa que pode ser um escritor.


Detalhe para a ilustração: Alguns profissionais, mesmo que sem esse objetivo em mente, acabam deixando o futebol, em algumas circunstâncias, com sua mística arranhada. Essas crianças fazem o contrário. Mesmo vivendo num plano com um monte de dificuldades e privações, neste isolado momento de diversão brincam de fazer embaixadinhas com a bola, mostrando ao mundo que mesmo com todos seus problemas ainda conseguem promover esta cena de rara beleza ao esporte. Penso que aqueles que vivem direta ou indiretamente do esporte tem por obrigação honrar esta imagem, e lembrar que o que fazem está servindo de exemplo e formando opiniões de pessoas de todo mundo, das mais distintas raças e classes sociais..

3 comentários:

Anônimo disse...

Kraca! sente o momento d inspiração do gordão...faz mto sentido oq vc disse...mas eh mto simples uq acontece com as ´pessoas...definem como "o melhor" td akilo q eles não são...logo...o melhor para alguns nao eh o melhor para outros...a mídia q normalmente molda o modelo d jogador perfeito...
da msm maneira q a mídia molda hj o modelo d mulher pefeita...antigamente...na epoca dos Czares...as mulhres mais "fofinas"(as nossas gordinhas d hj em dia) , eram as mais coboçadas..pois demonstravam ter poder aquisitivo...e assim chegar akele tamanho enorme...a sua aparencia fisica...demosntra a capacidade financeira...logo...a nossa Gisele...antigamente seria uma escrava...td mto relativo.!!
ahaha eh nois gordão!

Henrique Moretti disse...

Em uma palavra apenas: genial!

Anônimo disse...

boa escrita, boa foto, ótima crítica; parabens!




obs. vi no orkut