sábado, dezembro 17, 2005

Liverpool x São Paulo: Análise da final

______________________________________________________
Pedro Galindo


Nesse domingo, a partir das 8h da manhã, será definido o segundo Mundial de Clubes da FIFA, que começou no domingo passado. A final, ratificando o previsto, será entre São Paulo e Liverpool. O primeiro, chegou a essa fase do curto torneio depois de uma vitória apertada sobre o Al Ittihad, da Arábia Saudita, por 3x2. Já o time inglês venceu o Deportivo Saprissa, da Costa Rica, sem dificuldades, pelo placar de 3x0.

Cada equipe tem os seus trunfos: os dois times contam com os artilheiros da competição: Amoroso, pelo São Paulo, e o grandalhão Peter Crouch, pelos ‘Reds’, ambos com dois gols (empatados também com o atacante Noor, do Al Ittihad). No meio-campo, os dois também têm bons jogadores, como Josué e Mineiro, do time paulista, que formam uma grande dupla de volantes. Nesse setor, o Liverpool parece ter mais qualidade: tem dois meias marcadores de altíssima qualidade, o francês Sissoko, considerado o “novo Vieira”, e o jogador da seleção espanhola Xabi Alonso. Conta também com dois armadores de nível mundial: Luís Garcia, também da "Fúria", e o craque inglês Steven Gerrard. Apesar da superioridade britânica na meia-cancha, essa partida promete um jogo enrolado no meio, visto que o São Paulo joga com um homem a mais nesse setor (3-5-2) – além do fato de que o futebol inglês há tempos não é mais apenas aquele do lançamento e do “chutão pra frente”.

O Liverpool joga num esquema típico do futebol inglês: um 4-4-2 clássico, com dois volantes e dois armadores. Nesse esquema, o sistema defensivo fica fixo, com poucas subidas dos laterais ao ataque (a regra vale mais para Finnan do que Riise). Também é comum o uso freqüente da linha de impedimento – que no futebol europeu geralmente funciona, devido à grande inteligência tática dos defensores do Velho Continente. Essa tática também tem como característica a confiança plena nos dois ‘playmakers’ (no caso, Luis Garcia e, principalmente, Gerrard), que têm grande liberdade para criar, e dois pontas-de-lança típicos, à moda antiga, de preferência altos e trombadores. Apenas ultimamente atacantes modernos, que se posicionam à entrada da área, têm tido chances no futebol inglês, como por exemplo Milan Baros, ex-Liverpool e Cissé, não jogando tão presos à grande área. Esse modo de jogar da equipe inglesa tem trazido muitos frutos: uma incrível estabilidade no seu sistema defensivo, mostrada principalmente nos últimos jogos – número de partidas em que o time da terra dos Beatles não sofre gols. Essa incrível marca de sua defesa, juntada à competência de seu ataque, tem trazido ao time resultados excelentes.

Já o tricolor paulista, teve um grande começo de ano, o que pode ter levado a equipe a um enorme relaxamento em relação ao campeonato brasileiro. O time terminou na modesta – pelo menos para um campeão da Libertadores – décima primeira posição, atrás de algumas equipes que, no começo do campeonato, foram apontadas como inferiores, apesar de ter um dos mais fortes times daquela competição (talvez o mais forte).

O treinador do São Paulo, Paulo Autuori, já declarou várias vezes que prefere escalar o time em um 4-4-2. Porém, como ele assumiu o time depois de uma brilhante estadia no Morumbi de Emerson Leão (que escalava o time num 3-5-2 altamente estável, em que ele conseguia tirar o máximo desempenho de todos os jogadores), foi "forçado" a prosseguir utilizando o esquema de Leão, apesar de às vezes tentar fazer sua própria tática. Mas o time demonstrou que joga muito melhor sob o antigo padrão, o que levou o atual treinador a não arriscar e, na estréia do Mundial, tentar fazer o time render o máximo possível, usando o velho esquema.

Esse sistema, apesar de ser rigorosamente o mesmo de Émerson Leão, não parece funcionar da mesma forma sólida do começo do ano. Para provar isso, basta observar um exemplo recente: na semifinal do Mundial, contra o Al Ittihad, foi suficiente apenas o técnico adversário colocar três atacantes em campo para acabar com a sobra da defesa são-paulina e deixar um zagueiro por atacante, o que acabou complicando-a. Isso significa que, se Rafa Benítez, treinador do Liverpool, resolver escalar o polivalente Luis Garcia um pouco mais avançado, como um atacante, o esquema de Autuori pode ruir. Nas outras posições, esse sistema de jogo deve ser suficiente para conter os ‘Reds’. O avanço dos alas é a grande arma tricolor. São dois excelentes atletas, ambos com passagem pela seleção brasileira. A zaga é uma das melhores do Brasil, mas vai ter que suar para segurar o gigante Crouch e o ultra-rápido Cissé.

A final do Mundial de Clubes da FIFA, pelo menos até agora, parece que será definida em detalhes. Ambos os times têm, no geral, boa qualidade, embora o inglês pareça ter um pouco mais. Mas o que pode determinar o resultado é a confiança de cada equipe. O Liverpool, além do fato de ter uma origem mais, digamos, “nobre”, e ter mais jogadores reconhecidos internacionalmente, ainda tem a seu favor a facilidade com que venceu o Saprissa, e o jogo apertado que foi o duelo do São Paulo. Isso deu muita moral aos britânicos, que já chegarão com confiança mais que suficiente para bater o tricolor (vide declarações recentes de Gerrard). Tudo indica que teremos um grande jogo, com todos os ingredientes de uma verdadeira final.

créditos: www.fifa.com

sexta-feira, dezembro 16, 2005

RUMO A 2006: Holanda

______________________________________________________
Henrique Moretti

Nas eliminatórias para a Copa 2002, Irlanda e Portugal cometeram um crime contra os amantes de um futebol bem jogado. Eliminaram a Holanda, que ficou sem chance até de ir para a repescagem. Para o Mundial 2006, República Tcheca nem Romênia foram capazes de parar a Laranja, que quer voltar a ser “mecânica”.

Marcada para sempre como a seleção que encantou o mundo nas copas de 74 e 78, onde foi vice-campeã, perdendo para os donos da casa da época Argentina e Alemanha, no revolucionário “carrossel holandês” de Rinus Michels. O título não veio em tais oportunidades e até hoje. O máximo que a equipe dos Paises Baixos conseguiu foi o título da Euro 88, num grande time que tinha Ruud Gullit, Frank Rijkard e Marco van Basten como destaques. Este último é o novo treinador holandês. Ex-craque do Milan, assumiu o desafio de renovar a seleção, depois da chegada às semifinais da Euro 2004, perdendo para Portugal. E impressionantemente vem muito bem, terminando em primeiro em seu grupo nas Eliminatórias e chegando a estar 15 jogos invicto, até perder para a Itália em amistoso recente.

Agora, se você espera ver na Alemanha jogadores conhecidos como Clarence Seedorf, do Milan, Mark van Bommel, do Barcelona, Edgar Davids, do Tottemham, e Roy Makaay, do Bayern, ficará decepcionado. Nenhuma seleção no mundo abriria mão de tantos bons jogadores ao mesmo tempo. Nenhuma exceto a holandesa. Na grande renovação imposta por van Basten, o primeiro nunca esteve nos planos, enquanto os demais ainda têm chances , não muito grandes, de ir à Alemanha.

Quem impera hoje no time laranja são jovens como o lateral Kromkamp, do Villareal, o zagueiro Opdam, da surpresa holandesa Az Alkmaar, o ponta direita Dirk Kuyt, do Feyenoord e o esquerda Arjen Robben, do Chelsea. A criação no meio-campo fica por conta de Rafael van der Vaart, tão novo quanto, e que vem em grande fase no Hamburgo, da Alemanha.

É claro que a equipe tem suas pilastras de experiência: o goleiro Edwin van der Sar, do Manchester, e o volante Philip Cocu, do PSV, continuam seu reinado na seleção, e são os únicos remanescentes da Copa 98. No ataque, o centroavante Van Nistelrooy, também do Manchester, é goleador e experiente.

A Holanda, para a alegria dos fãs, deve ser a única equipe no Mundial a jogar num 4-3-3 típico, com dois pontas abertos, Kuyt e Robben, e um centroavante, Nistelrooy. Quando ataca o esquema laranja lembra o do Barcelona. Quando defende, o do Chelsea, num 4-3-2-1, com os pontas fechando o meio. Força na marcação e saída rápida no contra-ataque são freqüentemente vistas.

A geração é tão boa que bons jogadores como Wesley Sneijder, meia, e Ryan Babel, atacante, ambos do Ajax, devem figurar no banco, assim como os delanteiros Castelen, que forma dupla de ataque com Kuyt (foto) no Feyenoord, e Robbie van Persie, do Arsenal, reserva imediato de Robben.

Por tudo isso, a Holanda chega à Alemanha com rótulo de favorita ao título. Isso mesmo. E no grupo da morte da Copa espera, junto com a Argentina, não ser surpreendida por Sérvia e Montenegro e Costa do Marfim. Se isso realmente acontecer, a Laranja chegará às oitavas mais do que confiante. Num time inexperiente como o atual isso seria essencial. Assim, a segunda seleção no coração de muitos torcedores tentaria cravar seu nome entre os grandes, com um inédito título. A extrema juventude de van Basten e seus comandados é o único temor.


FICHA TÉCNICA

Fundação: 1889
Afiliação à FIFA: 1904
Participações em Mundiais: 7 (1934, 1938, 1974, 1978, 1990, 1994, 1998)
Melhor Resultado: Vice-campeã (1974 e 1878)
Última Copa: Semifinais (1998)
Campanha nas Eliminatórias: 1º colocada do Grupo 1 da Zona Européia
Títulos continentais: Campeã da Eurocopa (1988)
Ranking FIFA: 3º
Time-Base: van der Sar, Kromkamp, Opdam, Boulahrouz
(Vlaar), van Bronckhorst; Cocu, Landzaat, van der Vaart; Kuyt, Robben e van Nistelrooy
Técnico: Marco van Basten
Principal Estrela: Ruud van Nisteltooy (Manchester United)
Formação: 4-3-3
Avaliação: **** (Boas chances de título)

FALTAM 175 DIAS PARA A COPA DO MUNDO 2006!
créditos: www.fifaworldcup.com

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Por que não Rivaldo?

______________________________________________________
Pedro Galindo

Com o pouco tempo que falta para a Copa da Alemanha começa a bater dúvidas na cabeça de todos os apaixonados por futebol – leia-se todos, apenas da nação - e, principalmente, do treinador da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira. Apesar do grupo já parecer fechado, ainda restam alguns jogadores lutando por posições, como, por exemplo, a lateral-esquerda, que tem uma boa briga entre Gustavo Nery, do Corinthians, Gilberto, do alemão Hertha Berlim, pela reserva de Roberto Carlos. Outra posição que ainda está em aberto é a quarta vaga no ataque. Adriano, Ronaldo e Robinho já têm suas vagas certas, mas com a lesão de Ricardo Oliveira, que parecia ser o mais cotado para a última vaga, apareceram novas caras: Fred e Nilmar brigam para ser convocados.

Mas a posição que parece gerar mais dúvidas na cabeça do tetracampeão Parreira é a quarta vaga no meio campo. A verdade é que, nos últimos vinte anos, o Brasil nunca teve uma geração tão recheada de excelentes jogadores, principalmente do meio-campo para frente. Os dois maiores favoritos para ocupar essa posição são Alex, ex-Cruzeiro e Palmeiras, e hoje no Fenerbahçe da Turquia, e principalmente Ricardinho, que joga no Santos. Ambos são excelentes jogadores, e certamente merecem a convocação. Mas há um nome que devia, no mínimo, se
r cotado, principalmente pelo seu incontestável talento e por tudo que fez nas últimas duas copas: Rivaldo.

Não é possível entender como um dos dois maiores – talvez o maior – jogadores brasileiros das últimas duas copas, não é nem lembrado por ninguém, nem da imprensa nem da comissão técnica. Só um motivo pode ser descartado: não é por falta de futebol. Rivaldo, atualmente no Olympiakos, da Grécia, é um dos principais jogadores do time, o dono da camisa 10. Levou-o à “dobradinha” (título da Copa e do Campeonato Helênicos) nessa temporada, e é um dos maiores ídolos da torcida local. Fez o time ter uma campanha decente na Liga dos Campeões, terminando no 3o lugar de um grupo difícil, que tinha o excelente Olympique Lyon e o gigante Real Madrid, chegando inclusive a ajudar a equipe a bater o clube espanhol, em casa, por 2x1, com o gol da virada.

Os fatores que o atrapalham são, certamente, a falta de ‘marketing’ e seu perfil desengonçado, o que gera uma certa repulsão por parte da imprensa. Não é nenhuma novidade que ele nunca deixou de ser contestado na seleção, mesmo sendo uma unanimidade no mundo todo. A mídia sempre reclamou de suas atuações, a não ser quando ele jogava irretocavelmente bem. Um momento chave para o esquecimento desse jogador, que foi o vencedor do título de Melhor do Mundo de 99, foi sua passagem pelo Milan. Não conseguiu se firmar no "rossoneri" milanês, então, depois de ficar um mês sem clube, se transferiu para o Cruzeiro, depois do interesse de vários clubes do Brasil e do mundo. E esse tempo sem clube foi a desculpa para mandá-lo embora da seleção e para praticamente acabar com suas chances de voltar a vestir a canarinha. Teve uma péssima passagem pelo time mineiro, que terminou com uma conturbada saída, em consideração ao treinador Vanderlei Luxemburgo, que havia sido demitido. Depois desse semestre conturbado, foi bater na Grécia, onde conseguiu reencontrar seu grande futebol.

Rivaldo precisa de uma nova chance na seleção, para mostrar que ele ainda tem capacidade de grandes feitos. Provavelmente ele não teria vaga no time titular, pois é impossível afirmar que haja dois meias melhores no Brasil do que Kaká e Ronaldinho. Mas pelo menos para o banco ele deveria ser convocado; o Brasil ficaria com suplentes ainda mais fortes do que já tem – um meio-campo reserva que a maioria das seleções gostaria de ter como titular: Gilberto Silva, Renato, Juninho e Rivaldo, todos excelentes jogadores. Certamente, ele tem mais capacidade de decidir um jogo do que Ricardinho, e se fosse convocado provavelmente não iria decepcionar; seria um excelente referencial para sua carreira, que está chegando ao fim. Infelizmente, o mundo do futebol está perdendo mais um craque.
FALTAM 176 DIAS PARA A COPA DO MUNDO 2006!

terça-feira, dezembro 13, 2005

RUMO A 2006: México

______________________________________________________
Henrique Moretti

México cabeça-de-chave da Copa do Mundo 2006. A afirmação poderia soar muito estranho há 10 anos, mas hoje a terra da Tequila ganhou respeito internacional e está se firmando como uma força da América (da parte do Norte, sempre foi).

Nos critérios da FIFA que consideraram o ranking da entidade (o México aparece em 7º lugar no mês de Dezembro) somado com a participação dos últimos dois mundiais (oitavas em 98 e 2002) levaram os mexicanos a deixarem de fora do rol dos cabeças uma seleção do nível da Holanda.

De agora em diante, resta ao México provar que merece realmente tal condição. A equipe é realmente boa, e provou isso ao derrotar o Brasil na Copa das Confederações, na Alemanha, 1x0 gol de Jared Borgetti (foto). Borgetti aliás que é a grande esperança mexicana, exímio cabeceador e garantia de presença na área, conseguiu transferir-se para o inglês Bolton nesta temporada, e foi o artilheiro isolado do Zonal da Concacaf nas eliminatórias.

Mas a seleção mexicana não se resume apenas ao centroavante. Começa com um grande goleiro, Oswaldo Sánchez, principal responsável pela classificação do Chivas Guadalajara às semifinais da Libertadores 2005. Salcido, bom lateral do mesmo Chivas, e Rafa Márquez, do Barcelona, passam confiança à defesa. O meio tem o brasileiro naturalizado Zinha, que também pode jogar de atacante, e a boa opção Torrado. No ataque, Lozano deve ser o companheiro de Borgetti.

O otimismo do México pode ser ainda maior se analisarmos seu grupo na Copa, o D, que lhe é altamente favorável, com Portugal, Irã e Angola. Os dois últimos não assustam e a briga será pela liderança da chave, com a equipe de Felipão.

Por essas e outras, nova presença nas oitavas de finais para os mexicanos é quase certa. Conseguir mais que isso a equipe do argentino Ricardo Lavolpe sabe que é muito difícil, já que enfrentaria um dos classificados da chave C, a mais equilibrada do mundial. Mas, quem sabe... Afinal, se nos últimos anos eles se tornaram a pedra no sapado brasileiro, muito ousado seria pleitear uma vitória diante de argentinos ou holandeses?


FICHA TÉCNICA

Fundação: 1927
Afiliação à FIFA: 1929
Participações em Mundiais: 12 (1930, 1950, 1954, 1958, 1962, 1966, 1970, 1978, 1986, 1994, 1998, 2002)
Melhor Resultado: Quartas de finais (1970 y 1986)
Última Copa: Oitavas de finais (2002)
Campanha nas Eliminatórias: 2º colocado da Zona Norte-americana
Títulos Continentais: Tricampeão da Copa Ouro (1993, 1996, 1998)

Ranking FIFA: 7º
Time-Base:
Sánchez; Salcido, Márquez, Osório e Mendez; Pineda, Pardo, Zinha (Torrado) e Morales; Lozano e Borgetti
Técnico: Ricardo Lavolpe
Pincipal Estrela: Jared Borgetti (Bolton)
Formação: 4-4-2
Avaliação: ** (passa da Primeira Fase)

FALTAM 178 DIAS PARA A COPA DO MUNDO 2006!
créditos: www.fifaworldcup.com

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Ascensão do futebol romeno

______________________________________________________
Christian Avgoustopoulos


Hagi, (foto) Raducioiu, Popescu, Petrescu, Moldovan, Munteanu... quem não se lembra da seleção romena de 1994, que jogava um futebol alegre e encantava a todos com suas grandes atuações? Aquela seleção, que eliminou a Argentina nas oitavas de final e que só parou nas quartas, nos penais, perdendo para a boa seleção sueca.

Porém, de lá pra cá a Romênia entrou em queda livre. Uma atuação mais discreta na Copa de 98, sendo eliminada pela surpreendente Croácia, sacramentaria um jejum de 8 anos sem participar de copas do mundo, inclusive nesta de 2006 que virá. Talvez a suspensão de seu maior jogador na atualidade, Adrian Mutu, por 7 meses, envolvido com o uso de cocaína tenha sido o xeque-mate para as aspirações do selecionado balcânico.

Mas além da forte seleção, que ficou em 3º lugar em seu grupo nas Eliminatórias para a Copa, atras de 2 das melhores seleções européias na atualidade, Holanda e República Checa, os romenos tem motivos para verem com bons olhos o futuro de seu futebol, através de seus clubes. Os três grandes da capital, Steaua, Dínamo e Rapid, todos de Bucareste, seguem firme na Copa Uefa, sendo que apenas o Dínamo não está garantido, antes da 5ª e ultima rodada, para a próxima fase. Seguem abaixo algumas informações de cada um desses times, e sua situação na Copa Uefa:

Steaua Bucuresti: Fundado em 1947, o Steaua é o time de mais tradição da Romênia. Com 22 conquistas nacionais, é o maior vencedor de campeonatos romenos, e também o que tem mais tradição no cenário internacional, sagrando-se campeão europeu em 1986, batendo o Barcelona em solo espanhol, mais precisamente na cidade de Sevilha. Teve em sua história jogadores de grande importância no cenário europeu, como Gheorghe Hagi e Angel Iordanescu. Na atual copa Uefa, eliminou o Valerenga, na 1ª fase e esta com 7 pontos em 3 jogos em seu grupo, com nenhum gol sofrido nessas 3 partidas. Já esta classificado para a fase final da competição. Destaque para o meia Dica, com 2 gols marcados na fase de grupos.

Dínamo Bucaresti: O atual líder do campeonato romeno já conta com 17 títulos nacionais em sua história. Fundado 1 ano após o Steaua, em 1948, o Dínamo já conseguiu alcancar 2 semifinais em torneios europeus, sendo uma na Copa Uefa, e um na Copa Européia, atual UCL. O time, que era o preferido dos comunistas na época em que esse regime era vigente na Romenia, já contou com Raducioiu e Munteanu em seu plantel, dois dos melhores e mais famosos jogadores da seleção de 1994. O time ainda necessita de 1 vitória para depender apenas de si para seguir em frente na Copa Uefa, porém pode passar de fase mesmo perdendo, se o Heereveen da Holanda não bater o Levski da Bulgaria.

Rapid Bucaresti: O mais antigo e menos vitorioso dos 3 times. Fundado em 1923, teve apoio de companhias ferroviárias locais e chegou a ter algumas mudanças de nome, até voltar a ser chamado de Rapid. Ao longo de sua historia venceu 3 campeonatos romenos e foi vice campeão em 11. Porém nesta versão da Copa Uefa o Rapid é o time romeno com melhor campanha, mantendo 100% dos pontos possíveis. Antes já havia eliminado o Feyenoord da competição, na 1ª fase. Também não sofreu gols na fase de grupos e já está classificado para a fase final da competição. Para sagrar-se campeão do grupo, necessitando apenas de um empate com o Stuttgart, da Alemanha.

É importante frisar que na fase de grupos, os 3 times romenos juntos sofreram apenas 1 gol, por intermédio do Dínamo, o que merece uma atenção especial em relação ao sistema defensivo que esses times apresentam, o que foge um pouco da característica ofensiva que os romenos apresentaram no futebol ao longo de suas participações de todos os tempos. Quem sabe os romenos voltem a sorrir com mais uma taça em sua história, 19 anos depois de sua primeira e única conquista? E espero que possamos acompanhar uma safra nova de jogadores que encantem a milhares de amantes do futebol tal qual a seleção de 94. Vamos aguardar as surpresas dos deuses do futebol, e admirar o espetáculo que eles reservaram para nós, reles mortais aficionados e fanáticos por esse esporte.
créditos: www.wcupw.com
www.romaniansoccer.ro

domingo, dezembro 11, 2005

Vai dar "Showman", de novo!

______________________________________________________
Pedro Galindo

Na tarde dessa segunda 28 de Novembro, pelo horário de Brasília, o futebol brasileiro, que parece ser uma fonte inesgotável de craques, acabou por conseguir mais uma grande conquista. Ronaldo de Assis Moreira, o Ronaldinho Gaúcho, ganhou a Bola de Ouro, o prêmio dado pela revista francesa France Football ao melhor jogador atuando na Europa.

Disputando com jogadores de peso, como os meias ingleses Lampard e Gerrard, o brasileiro ganhou o troféu com sobras – uma diferença de quase cem pontos. Essa foi a quarta vez que um jogador canarinho ganhou esse título. Os outros foram Ronaldo, em 1997 e 2002, e Rivaldo, em 1999. O que deixa muita gente otimista é a possibilidade, agora mais real do que nunca, do gaúcho ganhar mais uma vez o prêmio de melhor do ano da FIFA.

A razão para tanta esperança no bi é simples: a Bola de Ouro costuma ser uma prévia da escolha da FIFA, visto que os maiores jogadores do mundo atuam na Europa. Raramente o vencedor do “Ballon d’Or” , como é chamado na França, não leva também o prêmio de melhor do mundo. Porém, um exemplo de que a regra pode dar errada é o ano passado, e envolve o próprio Ronaldinho, quando o ganhador do prêmio da revista francesa foi o ucraniano Schevchenko, enquanto quem faturou o da entidade máxima do futebol foi o “Showman”.

A diferença do ano passado para este é que está cada vez mais berrante a enorme distância entre Ronaldinho e os outros jogadores atuando mundo afora. À medida que passam-se os jogos, ele conquista mais a torcida azul-grená do Barça, chegando inclusive a ser aplaudido pelos aficcionados rivais, como na partida contra o Real Madrid, arqui-inimigo da equipe catalã. A torcida madrilenha deixou a rivalidade de lado e aplaudiu de pé o craque brasileiro, depois de ele deixar sua marca no jogo, em duas pinturas. Resumindo, é cada vez mais incontestável sua superioridade em relação aos outros atletas.

Um fator pelo qual o Gaúcho era criticado era por seu teórico “desinteresse em fazer gols”, que por muitas vezes apareceu na temporada passada. Ele preferia deixar os companheiros na cara do gol a concluir as jogadas, coisa que esse ano não vem acontecendo. Praticamente em todos os jogos ele vem guardando o seu, e é hoje o vice-artilheiro da Liga Espanhola, com nove gols em treze partidas.

Apesar de Ronaldinho ter como adversários na disputa pelo título da FIFA os mesmos que concorreram com ele no prêmio europeu, como Schevchenko, Henry, Ronaldo, Drogba, Eto’o, Lampard (estes dois últimos também na fase final) e muitos outros, tudo leva a crer que ele sairá dessa como o melhor do mundo, mais uma vez. A torcida de todos é para que isso aconteça, pois caso contrário será praticamente um crime ao futebol-arte. A escolha da FIFA sai neste mês de dezembro, no dia 16, e, enquanto isso, nos deliciamos com o esforço dele para levar essa parada.
FALTAM 180 DIAS PARA A COPA DO MUNDO 2006!

créditos: www.uol.com.br