quarta-feira, abril 02, 2008

Sergio Ramos: sucesso meteórico

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Henrique Moretti


Cerca de 27 milhões de euros, em agosto de 2005, foram pagos pelo Real Madrid para tirar um zagueiro de 19 anos do Sevilla. Muitos se assustaram. O nome da vez era Sergio Ramos, então uma jovem promessa que, passados quase três anos, desabrochou, e ninguém mais duvida de que o negócio fechado por Florentino Pérez, na época o sexto maior da história do clube merengue, foi excelente.

Um prodígio desde muito cedo, Ramos estreou pelo Sevilla com apenas 17 anos, em fevereiro de 2004, posteriormente completando uma temporada em que ainda disputaria mais seis partidas. Porém, foi em 2004/05, com a titularidade na equipe andaluz já assegurada, que o talento do zagueiro começou a sobressair. Nos 38 jogos daquele Campeonato Espanhol, Ramos esteve presente em 31, o que fez com que fosse nomeado a revelação da temporada.

Nesse meio tempo, em 26 março de 2005, o jovem realizou sua primeira partida pela Seleção Espanhola principal, em um amistoso contra a China. Prestes a completar 19 anos, ele se tornou o jogador mais novo a defender a Fúria desde o goleiro Juan Acuna, no longínquo ano de 1941.

Uma lesão de Michel Salgado proporcionou a Ramos, três dias depois, estrear como titular da Espanha em um confronto decisivo com a Sérvia, em Belgrado, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006. O fato de o jogador ter correspondido mais uma vez às expectativas só aumentou as especulações acerca de seu futuro.

O sucesso na Seleção, que continuou e o levou à disputa do Mundial da Alemanha, foi apenas mais um passo na carreira internacional do andaluz, pois, antes, ele já havia se tornado um dos pilares da equipe sub-19 em 2004, quando o selecionado espanhol faturou o Campeonato Europeu da categoria, na Suíça.

Um espanhol entre os “galácticos”

Após cumprir esse trajeto meteórico, a chegada ao Real Madrid seria a prova decisiva para Ramos, que de novo não decepcionou. Já em sua primeira temporada pela equipe da capital, começou a mostrar suas qualidades, destacando-se pela garra e disposição aliada a um excelente controle de bola em progressão.

Tal característica o faz atuar com facilidade também na lateral-direita, posição da qual ele virou dono no time de Luis Aragonés e no Real Madrid desde 2007, a partir da saída de Cicinho e das posteriores contratações dos zagueiros Pepe e Metzelder, no último mercado de verão. Apresentando também um ótimo porte físico e não bastando todas as qualidades defensivas, Sergio Ramos também se destaca pela qualidade na subida ao ataque e pelo número de gols – foram cinco apenas em 2005/06, sendo quatro de cabeça.

Não deixa de ser curioso que um dos maiores legados da administração de Florentino Pérez no Real Madrid seja um jogador espanhol. Presidente do clube entre 2000 e 2006, Pérez foi o grande responsável pela “Era Galáctica”. Sob seu comando, os merengues viveram uma época de rejuvenescimento econômico que resultou nas contratações de estrelas como Zinedine Zidane, Luis Figo, David Beckham, Michael Owen e Ronaldo. A única aquisição oriunda da Espanha no período do “Rei Midas” espanhol? Justamente Sergio Ramos.

O zagueiro e lateral, primeiro jogador local a chegar ao clube desde o atacante Pedro Munitis em 2000, acabou se tornando uma das contratações mais acertadas da gestão que foi conhecida por títulos no início (dois Campeonatos Espanhóis e uma Liga dos Campeões) e pela falta deles no final – o que resultou no pedido de demissão de Pérez.


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