sábado, março 25, 2006

O Novo Técnico do Timão

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Guilherme Ferreira Ceciliano

Paulo César Gusmão deve assumir o Corinthians segunda feira, logo após o clássico contra o Palmeiras. É um nome de consenso entre o clube e a MSI e demonstrou mais vontade de assumir o clube do que Paulo Autuori.

Depois de muito tentar Paulo Autuori, Emerson Leão, Vanderlei Luxemburgo e até Luis Felipe Scolari, o Corinthians deve substituir Antônio Lopes pelo ex-treinador de goleiros do técnico do Santos, PC Gusmão. Foi uma escolha acertada, mas um simples olhar para um passado recente e veremos que não era a melhor das opções. O Sonho de Kia era Felipão, da seleção de Portugal. Faltou ao iraniano lembrar que o técnico pentacampeão deixou dois discípulos com grande potencial: Tite e Cuca. Não que Gusmão seja um nome ruim, mas os gaúchos tem experiência em Taça Libertadores e conseguiram fazer milagres no passado.

Cuca começou a ganhar projeção como técnico quando dirigiu o time do Paraná em 2003. O time tricolor fazia uma boa campanha no Brasileirão, mantinha-se entre os dez primeiros daquele ano com um time razoável. Porém no meio da competição Cuca largou o Paraná e foi para o Goiás. O clube esmeraldino encontrava-se na ultima posição do campeonato e tinha somente o artilheiro Dimba como destaque. Depois da chegada do treinador o time embalou e ficou com um honroso 9º lugar. O projeção goiana levou o treinador ao (na época) mediano São Paulo. Junto com ele, chegaram um pacote de jogadores de médio porte, que em 2005 seriam ídolos do time na conquista do tricampeonato da Libertadores. O tricolor paulista foi eliminado da competição sulamericana de 2004 pelo campeão Once Caldas. Foi demitido e depois disso pensaram que Cuca era santo milagreiro e Flamengo e Grêmio tentaram resolver problemas estruturais com o técnico. Ledo engano. O técnico também foi para o São Caetano, onde fazia campanha razoável, até que, inexplicavelmente, saiu do time do ABC. Cuca tem perfil forte, sabe armar times equilibrados e faz com que jogadores se doem ao máximo ao esquema.

Tite, a outra sugestão do humilde colunista, tem, com certeza, o maior feito da era pós-Parreira. Mesmo sem ter ganhado nenhum título (Geninho ganhou o Paulista em 2003 e Lopes o Brasileiro em 2005) ele conseguiu uma das maiores recuperações da história do clube. Diferente de Márcio Bittencourt, que também tem seus méritos, Tite tirou o time da zona de rebaixamento (22º) em 2004 com um elenco tecnicamente muito inferior. Para isso ele deu padrão tático ao time sem inventar, afastou medalhões, como Rincón, e baixou para cerca de 1 gol por jogo a média de gols sofridos do time, que até sua chegada só tinha tomado goleadas no Brasileirão (em que posteriarmente terminaria na 5º colocação). Tite tem um perfil durão, e é o modelo mais promissor de Felipão que existe hoje no Brasil. Porém, não tem um bom relacionamento com o chefão da MSI e por isso seu nome nem foi citado para substituir Antônio Lopes. Vale lembrar também que Tite já participou da Libertadores com o Grêmio em 2002 pois ganhou a Copa do Brasil em 2001.

Tanto Cuca quanto Tite têm perfil semelhante ao de Felipão, sonho de consumo de Kia, mas nenhum deles foi relacionado para substituir Antônio Lopes. Sendo assim, PC Gusmão deve chegar. É um técnico promissor, com alguma experiência como treinador e alguns títulos como interino. Deve armar no Timão um 4-3-1-2 com Mascherano, Marcelo Mattos e Ricardinho fazendo a proteção para Roger enconstar na estupenda dupla de atacantes. Resta saber se ele conseguirá dar um jeito na defesa alvinegra, principal ponto falho no time. Se conseguir trazer Edu Dracena junto com ele será um começo. Mas só o começo. Cuca e Tite, porém, eram especialistas em armar muralhas.


>>Goiás de Cuca em 2003 (4-3-2-1):

Rodrigo Calaça; Gustavo, Fabão, Renato Goiano, Leandro Smith; Marabá, Josué, Danilo; Grafite, Araújo; Dimba

>>Corinthians de Tite em 2004 (3-5-2):

Fábio Costa; Anderson, Váldson, Betão (Filipe Alvim); Edson, Wendel, Fabinho, Renato, Fábio Baiano; Gil e Jô (Bobô)


Antigos Treinadores do Timão:

_Tite 2004 (39 jogos, média de 1,2 gol pró e 0,89 gol contra)
_Tite 2005 (12 jogos, média de 1,25 gol pró e 0,75 gol contra)
_Passarella (15 jogos, média de 1,8 gol pró e 1,45 gol contra)
_Bittencourt (26 jogos, média de 2,07 gols pró e 1,26 gol contra)
_Lopes (36 jogos, média de 2,08 gols pró e 1,11 gol contra)

Quem ganhou reforços com a MSI:

_Tite: Marinho, Marcelo Mattos, Tevez e Carlos Alberto
_Passarella: Gustavo Nery e Roger
_Bittencourt: Wescley, Mascherano e Nilmar
_Lopes: J. Herrera, Ricardinho, Rafael Moura, Xavier e Rubens Júnior

quarta-feira, março 22, 2006

RUMO A 2006: Sérvia e Montenegro

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Henrique Moretti


Chamando-se Iugoslávia até o ano de 2003, a seleção de Sérvia e Montenegro alcança na Copa da Alemanha sua primeira participação em competições internacionais de futebol com o novo nome.

Para chegar lá, os “Plavi” (azuis, em sérvio) realizaram uma campanha impecável nas eliminatórias européias. Num grupo complicado, com Espanha, Bélgica e Bósnia-Herzegovina (curiosamente ex-integrante iugoslava), obtiveram a primeira colocação e a vaga para o Mundial sem necessitar da repescagem, que ficou para a Espanha.

A fortaleza da equipe, que tem uma certa tradição no cenário futebolístico com o antigo nome, chegando às semifinais da Copa de 1930 e revelando craques como Predrag Mijatovic, está na defesa.

Formada por bons jogadores, como Nemanja Vidic, recém-contratado pelo Manchester United, e Mladen Krstajic, capitão da equipe e atleta do Schalke 04, a zaga sérvia atingiu a impressionante marca de apenas um gol sofrido (16 a favor) na campanha para a Alemanha, em 10 partidas disputadas.

Mas quem pensa que a seleção da Sérvia só possui sistema defensivo está redondamente enganado. No meio-campo e ataque o time esbanja criatividade, com os meias Dejan Stankovic (titular da Inter de Milão) e Predrag Djordjevic (Olimpiakos) municiando o rápido Mateja Kezman (Atlético de Madrid) e o grandalhão Savo Milosevic (Osasuna).

Kezman (foto abaixo) foi inclusive o artilheiro da equipe nas Eliminatórias, com 5 gols marcados, anotando em jogos decisivos, como no empate diante da Espanha em Madrid (1x1) e na vitória sobre a Bósnia (1x0), ambas partidas do returno. O jovem meia Simon Vukcevic, de 20 anos, também merece destaque. Atleta do time russo Saturn, Vukcevic foi o grande nome da seleção vice-campeã européia sub-21, em 2004, e aparece como zebra na busca pelo prêmio de melhor jogador jovem da Copa, oferecido pela FIFA.

O técnico é Ilija Petkovic, que assumiu o cargo deixado por Dejan Savicevic após má campanha nas fase de classificação para a Euro 2004 (os sérvios acabaram eliminados).

Curiosamente o sobrenome do treinador é o mesmo do meia Dejan Petkovic, unanimidade no Brasil, porém renegado na seleção sérvia. O craque do Fluminense não é convocado há anos e já perdeu as esperanças de participar da Copa.

Para a Alemanha, os resultados dos comandados de I. Petkovic serão botados à toda prova. Isso porque o sorteio não foi nada grato para os sérvios, colocando-os no chamado "grupo da morte, com Argentina, Holanda e Costa do Marfim.

Teórica terceira força da chave, a equipe, cujo maior segredo é a harmonia, segundo o próprio treinador, quer justificar a fama de “brasileiros da Europa” (pela habilidade se seus jogadores), e para isso nada melhor do que, num evento do porte de uma Copa do Mundo, passar pelos argentinos. Possível, porém difícil de se acreditar.


FICHA TÉCNICA

Fundação: 1919
Afiliação à FIFA: 1921
Participações em Mundiais: 8 (1930, 1950, 1958, 1962, 1974, 1982, 1990, 1998)
Melhor Resultado: Semifinalista (1930)
Última Copa: Não participou
Campanha nas Eliminatórias: 1º lugar do Grupo 7 da Zona Européia
Títulos Continentais: Nenhum
Ranking FIFA: 46º
Time-Base: Jevric, Duljaj, Vidic, Krstajic, Dragutinovic; Nadj, Koroman, Stankovic, Djordjevic; Milosevic e Kezman.
Formação: 4-4-2
Técnico: Ilija Petkovic
Principal Destaque: Dejan Stankovic (Internazionale)
Avaliação: ** (Bom time, porém num grupo muito difícil)

terça-feira, março 21, 2006

As sensações da temporada

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Christian Avgoustopoulos


Ultimamente no futebol uma das coisas mais comuns e interessantes que vêm acontecendo são as misteriosos e surpreendentes equipes campeãs de alguns dos principais torneios mundiais. Vale lembrar que o até então desconhecido Once Caldas (Colômbia), foi o campeão da Taça Libertadores da América em 2004, classificando-se para a final da Copa Toyota contra o FC Porto, que certamente era um dos times menos cotados a vencer a Liga dos Campeões da UEFA naquela edição. Além disso, a Grécia naquele mesmo ano sagrou-se campeã européia, deixando até o mais entendido dos críticos boquiaberto. E as últimas edições da Copa do Brasil? Os dois últimos campeões foram o Santo André e o Paulista de Jundiaí, ambos da Segunda Divisão nacional, batendo na final times de tradição: Flamengo e Fluminense, respectivamente. Antevendo que mais uma vez a zebra pode correr solta pelos gramados, comecei a observar os times menos cotados aos títulos com um pouco mais de atenção. Nesta edição da Copa dos Campeões dois times de certa forma surpreenderam ao chegar até as quartas de final, e mesmo sendo menos cotados pela mídia e pelos espectadores continuam sonhando com a taça. São eles o Benfica, de Portugal, e o Villarreal, da Espanha.


Benfica:

O clube lusitano encontra-se em um momento muito positivo, e tenta voltar a alcançar seu desempenho vencedor de décadas passadas. O clube é o maior detentor de títulos nacionais, sendo 31 vezes campeão português ao longo de sua história. Na década de 60 atingiu seu auge ao sagrar-se bicampeão europeu nas temporadas de 60/61 e 61/62. Porém, nos últimos anos o Benfica não vinha conseguindo resultados que fizessem jus à sua história. Seu último título nacional havia sido em 93/94, e desde a temporada 98/99 o clube não participava de uma edição da Liga dos Campeões da UEFA.

O título português na ultima temporada lhe deu o direito de voltar a figurar entre os grandes clubes do futebol europeu, e até o momento ele vem fazendo bonito, já deixando para trás o tradicionalíssimo Manchester United na fase de grupos e o atual campeão da UCL, o Liverpool, nas oitavas de final, vencendo as duas partidas disputadas contra o time da terra dos Beatles. Enfrenta agora nas quartas de final o time favorito ao título, o FC Barcelona, que conta com um elenco que certamente deixa com inveja qualquer clube de futebol, além do atual eleito melhor jogador do mundo, o brasileiro Ronaldinho Gaúcho. Porém, o time português também tem seus destaques, dentre eles Simão Sabrosa, que vem sendo sondado por alguns clubes e está valorizado no mercado. Na foto, outro destaque: o principal atacante do time, Nuno Gomes, da seleção portuguesa.


Ficha Técnica:

SL Benfica
Treinador: Ronald Koeman
Cidade: Lisboa
Estádio: Estádio da Luz / Capacidade: 65.000 torcedores
Time Base: Moretto; Nelson, Anderson, Luisão e Leo; Petit, Manuel Fernandes, Geovani e Simão; Mantorras e Nuno Gomes


Villarreal:

O Villarreal é sem dúvida uma das equipes emergentes no futebol mundial. Com um bom trabalho da diretoria, que ao longo dos últimos anos tem trazido jogadores excepcionais, como o craque argentino Riquelme, o Villarreal saltou da posição de um time pequeno espanhol a um dos mais respeitados. É a primeira vez que disputa a Liga dos Campeões, e vem fazendo uma campanha excelente. A equipe na fase de grupos esteve na chave do próprio Benfica, juntamente com Manchester United e Lille, da França, deixando todos para trás e assegurando a primeira posição do grupo.

Nas oitavas de final eliminou o Rangers, da Escócia, com um empate por 2x2 na Escócia e um por 1x1 na Espanha, garantindo a vaga no numero de gols marcados fora de casa. Apesar de ser um time de pouca tradição, o Villarreal é mais bem cotado a chegar longe do que o Benfica pelos críticos esportivos, e talvez uma equipe mais temida pelas demais. O próprio Rijkaard, técnico do Barcelona, havia dito que o Villarreal era a única equipe que ele não gostaria de ter que enfrentar nesta fase. O "yellow submarine", apelidado assim por seus torcedores, devido a seu uniforme monocromático amarelo, enfrenta a Inter de Milão num jogo em que o treinador da equipe italiana, Roberto Mancini, descarta o favoritismo: "Alguns espectadores nos consideram favoritos, pensando ser um confronto fácil, e isso me preocupa, por não ser verdade. A esta altura do campeonato qualquer resultado é possível, e eles jogam num campo pequeno, o que dificulta as coisas".


Ficha Técnica:

Villarreal FC
Treinador: Manuel Pellegrini
Cidade: Villarreal
Estádio: El Madrigal / Capacidade: 23.000 torcedores
Equipe Base: Viera; Javi Venta, Gonzalo Rodríguez, Peña e Arruabarrena; Senna, Tacchinardi, Sorín e Riquelme; Forlán e José Mari

E você, já tem sua aposta para quem triunfa nesta edição da Liga dos Campeões? Deixe seu palpite na nossa enquete ao lado, talvez ele seja vencedor!

segunda-feira, março 20, 2006

Palmeiras faz bonito e se mantém muito perto do líder

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Daniele Pechi

O dia parecia não estar muito favorável para o Palmeiras, que já aos quarenta segundos do primeiro tempo sofreu um gol marcado por Almir para a Ponte Preta, em pleno Parque Antártica. Em tarde inspirada, Almir marcou mais um aos 27. A virada palestrina começou aos 34 com Marcinho e dois minutos foram suficientes para mais dois gols que levaram o Verdão com a parcial vitória para o intervalo.

Na volta, a Ponte buscou o empate, mas acabou tomando mais um! E de um jogo que parecia definido, o que se viu foram surpresa, virada e mais três pontos para o segundo colocado, que agora com 32 espera um deslize do líder Santos para assumir a ponta.

Mas se depender do Santos, o título do Paulista fica mesmo é na baixada! Confirmando o seu ótimo desempenho em casa (100% de aproveitamento), o Peixe venceu o Ituano por 2x0 e retomou a liderança que por alguns minutos ficou com o time de Émerson Leão. A alegria durou pouco.


Um inimigo a menos

No sábado, o São Paulo decepcionou em casa e conseguiu apenas um empate diante do Noroeste. A partida terminou em 1x1 e deixou o Tricolor muito longe do título! Tem quatro pontos a menos que o líder num campeonato que está a quatro rodadas do fim.


Timão perde mais uma...e culpa a arbitragem

Com uma escalação que misturava nomes familiares a outros totalmente desconhecidos, o Corinthians entrou em campo com um time disposto simplesmente a terminar de cumprir tabela. Várias estréias vindas da categoria de base, misturadas a titulares como Marcelo Matos deram a cara nova à equipe, que, apesar de tudo, mostrou um bom entrosamento e vontade de vencer. Apresentar um bom serviço pode assegurar a esses meninos a escalação para os próximos jogos.

Ontem, em Rio Preto, o 2x1 foi justo pelo que fez o América em campo e as reclamações corintianas não tinham lá tanta razão. Na verdade, um pênalti não foi marcado a favor, assim como um contra também não. Isso não justifica o erro do juiz, mas ao menos mostra que não haveria alteração no placar.

Entre tantas dúvidas que pairam o Parque São Jorge, uma que se destaca é: será que no maior clássico paulista (Corinthians x Palmeiras), o Timão entrará com esse mesmo time misto? Se a resposta for sim, não perdem apenas os torcedores do Corinthians, mas sim os admiradores do futebol!