quinta-feira, dezembro 06, 2007

Diego: Há tempo ainda?

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Henrique Moretti

"Os xodós da torcida são mesmo os gêmeos Diego e Diogo. Filhos de João Carlos, ex-lateral-direito do Inter de 1979, estão no clube desde os 12 anos. E desde essa época, os fanáticos colorados esperam os dois crescerem. Diego já é titular do time de Muricy Ramalho (...). Apesar de sondagens de PSG, Arsenal, Barcelona e Feyenoord, a dupla preferiu permanecer e garante que só deixa o Inter depois de um título nacional como o do pai. ‘Queremos dar ao clube o Brasileirão, a Libertadores e o Mundial’”, afirma Diego.

A passagem, que data de 2004 e é de autoria da revista Placar, retrata bem as expectativas geradas por Diego desde a época em que freqüentava as categorias de base do Internacional. Três anos depois, ao traçar um paralelo entre o que o atacante prometia e o que hoje se tornou, chega-se à conclusão de que Diego não passa de uma eterna promessa. Entender os motivos que fazem com que essa promessa nas divisões inferiores não consiga engrenar entre os profissionais é o desafio proposto por este texto.


Trajetória

Atacante destro e driblador, Diego sempre foi considerado o “malabarista” da base colorada. Como a matéria de Placar destaca, surgiram até sondagens do futebol europeu para levar o jogador, lançado na equipe principal do Inter aos 18 anos, pelo técnico Muricy Ramalho, no Campeonato Gaúcho de 2003. Ele logo causou boa impressão, aparecendo bem em duas partidas contra o rival Grêmio. Por sua habilidade, chegou a ser comparado a Denílson, e, muitas vezes, os adversários só conseguiam pará-lo com faltas. No ano seguinte, teve destaque ao deixar sua marca no lendário estádio do Boca Juniors, La Bombonera, em confronto válido pelas semifinais da Copa Sul-Americana.

Por ter causado frisson desde cedo na carreira, passagens na seleção de base também não faltaram a Diego. No Sul-Americano sub-20 de 2005, por exemplo, ele era o camisa 9 do Brasil e fazia dupla de ataque com o então companheiro Rafael Sóbis; no Mundial da categoria, disputado no mesmo ano, também iniciou como titular, terminando a competição no banco de reservas.

É logo após o Campeonato Gaúcho de 2005, do qual o atacante participou de 10 jogos, que começa o seu calvário. O empréstimo ao Santos, para a disputa do Campeonato Brasileiro, poderia ter sido bom para o desenvolvimento de Diego, já que era a primeira experiência longe do clube que o revelou, mas acabou por se mostrar ineficiente. Ao não conseguir emplacar uma seqüência, também em função de uma contusão na virilha, o jogador deixou a Vila Belmiro com apenas um gol marcado.

Como faltava espaço para Diego na equipe do Inter, que, em 2006, conquistou a Taça Libertadores, o atacante foi novamente emprestado, desta vez para o Figueirense. E o que era para ser outra boa experiência na vida de Diego se tornou novamente uma decepção. Na bela campanha da equipe catarinense no Brasileirão daquele ano – em que terminou no sétimo lugar, a apenas três pontos de uma vaga para a Libertadores –, o filho de João Carlos até conseguiu ser titular em algumas partidas, anotando em três delas. Porém, encerrou o ano com um desempenho apenas discreto, ofuscado pelo ataque formado por Scwenk, Soares e Cícero.

O ano de 2007 levaria Diego a tentar espaço em mais um novo centro, o Nordeste. Foi campeão pernambucano pelo Sport, e, com a deficiência na finalização ficando cada vez mais clara, chegou a ser aproveitado como meia. Mais uma vez, sem emplacar uma seqüência de jogos, acabou dispensado após um gol marcado em 10 partidas disputadas.

De volta ao Inter, Diego até esperava ter alguma chance no elenco colorado, mas acabou disputando jogos pelo time B até ser emprestado novamente, agora para o Marília. Um dos motivos para a sua saída tem relação com a chegada a Porto Alegre do técnico Alexandre Gallo, o mesmo que Diego não havia conseguido convencer no Sport. Com Abel Braga, o atleta ainda voltou a ser relacionado para a equipe principal, no entanto, o plantel inchado fez a diretoria optar por um novo e longo empréstimo – deve ficar no interior paulista até o fim de 2009.



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