sábado, fevereiro 11, 2006

RUMO A 2006: Costa Rica

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Henrique Moretti

A Costa Rica alcança a terceira Copa do Mundo de sua história, sendo a segunda consecutiva, com a incumbência e honra de realizar o jogo de abertura da competição, no dia 9 de Junho, diante da anfitriã Alemanha.

Repetir o que Senegal fez pra cima da França no primeiro jogo do Mundial da Coréia e Japão parece difícil para a equipe centro americana.

Os Ticos, como são conhecidos, fizeram campanha apenas razoável nas eliminatórias para a Copa 2006, tendo dificuldades para passar da fraca Cuba nas fases preliminares e, já na fase final, sendo derrotada pelas inexpressivas Honduras e Guatemala.

Tais resultados desfavoráveis fizeram a federação local trocar duas vezes de treinador, contratando o "salvador" brasileiro naturalizado costarriquenho Alexandre Guimarães, após insucessos do norte-americano Steve Sampson e do colombiano Jorge Luis Pinto.

Guimarães, que disputou o Mundial de 90 pela seleção costarriquenha como jogador e o de 2002 como treinador (em ambos enfrentando o seu país de origem), acertou a equipe e conseguiu 4 vitórias nas 6 últimas partidas das eliminatórias, confirmando assim a classificação na última rodada.

As equipes nacionais Alajuelense, Herediano e Deportivo Saprissa formam a base da equipe, com dezessete prováveis convocados, dos 23. O Saprissa, que disputou o último Mundial de Clubes, no Japão, é o clube que detém mais selecionáveis: 9.

Desses, destacam-se o experiente goleiro de nome extravagante José Porras, capitão do time, o jovem volante Christian Bolaños, o meia-atacante Walter Centeno, cérebro da equipe e camisa 10, e o atacante Ronald Gómez, que faz dupla de ataque no 3-5-2 de Guimarães com Paulo Wanchope (foto), nome mais conhecido do escrete, que jogou por muito tempo no futebol inglês e hoje atua no distante Al Gharrafah, do Qatar.

Acompanham a Costa Rica no Grupo A da Copa, além da já comentada Alemanha, os razoáveis Polônia e Equador. Sorteio que, mesmo tendo sorrido para os Ticos, não parece ser suficiente para levar à frente a equipe caribenha, azarã na luta pela segunda vaga.

Tentando contradizer a teoria, a Costa Rica desafia a Alemanha na abertura da Copa, e luta para repetir 90, na Itália, quando foi eliminada apenas nas oitavas-de-final.


FICHA TÉCNICA

Fundação: 1921
Afiliação à FIFA: 1921
Participações em Mundiais: 2 (1990, 2002)
Melhor Resultado: Oitavas de final (1990)
Última Copa: Primeira Fase (2002)
Títulos Continentais: Tricampeã da CONCACAF (1963, 1969, 1989)
Campanha nas Eliminatórias: 3º colocada da Fase Final do zonal da CONCACAF
Ranking FIFA: 21º colocado
Time-Base: Porras, Wallace, Marin, Drummond; Martínez, Bolaños, Hernández, Gonzáles, Centeno; Wanchope e Gómez
Técnico: Alexandre Guimarães
Principal Estrela: Paulo Wanchope (Al Gharrafah)
Formação: 3-5-2
Avaliação: * (Dificilmente avança à segunda fase)

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

CAN 2006: Times errados na Copa

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Bruno de Oliveira

Após as últimas eliminatórias africanas para a Copa, quando Gana, Togo, Angola e Costa do Marfim se classificaram pela primeira vez para um Mundial, falou-se muito sobre uma possível evolução nas equipes do continente. A ausência de seleções como Nigéria, África do Sul e principalmente Camarões, do craque Samuel Eto'o, surpreendeu o mundo do futebol. Questionou-se, então, o que poderiam aprontar os classificados para a Alemanha. A resposta foi dada na Copa das Nações Africanas, que termina hoje.

As fraquíssimas Gana, Angola e Togo sequer passaram da primeira fase. O último, aliás, perdeu os três jogos que fez no torneio. Já a Tunísia, do brasileiro Francileudo, caiu nas quartas-de-final, perdendo para a Nigéria nos pênaltis. A única seleção classificada para a Copa que se deu bem foi Costa do Marfim, que disputa a final nessa sexta contra os egípcios, donos da casa. Foi a única, também, a apresentar um bom futebol.

Quem acompanhou o torneio ficou com a sensação de que o continente africano estará mal representado na Alemanha. O Egito, um dos finalistas, provou ser uma seleção forte. Um time que sabe jogar com a bola nos pés. Assim como Camarões, eliminado do torneio pelos marfinenses, nos pênaltis. Eto'o e companhia, no entanto, mereciam melhor sorte.

Outra equipe que vai fazer falta é a Nigéria. Mesmo com um time que está longe daqueles que o país apresentou nos últimos anos, os nigerianos mostraram qualidade. Sem nenhum grande astro, foram eliminados na semi-final pela Costa do Marfim, que, liderada por Didier Drogba, provou ser a única seleção forte classificada para a Copa. O atacante do Chelsea é o grande responsável pelo momento da equipe.

Ao final da competição, a única conclusão que se pode tirar é de que irão os times errados para a Alemanha. A ausência de Nigéria, Camarões e Egito é triste. É claro que Angola, Togo e Gana mereceram, pois mesmo sendo mais fracos, venceram os grandes. Mas será uma grande pena ver o futebol africano com times tão pífios.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

E é dada a largada...

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Bruno de Oliveira

Começou, na noite dessa terça, a segunda fase da Libertadores da América 2006. Após os confrontos eliminatórios, que definiram os últimos classificados, a fase de grupos teve seus primeiros três jogos. O estreante Rocha FC, do Uruguai, empatou sem gols com o Universitario, do Peru. Já o Bolívar venceu em casa o Estudiantes de La Plata: 1 a 0, enquanto o Velez Sarsfield, da Argentina, bateu a LDU em Quito por 3 a 1. Hoje é dia de estréia para os mexicanos Chivas, Pumas e Tigres, que visitam, respectivamente, Cienciano, Nacional e Universidad Católica.

O mais importante torneio do continente americano nasceu em 1960, com o objetivo de unir os melhores times sul-americanos em uma única competição e compará-los aos grandes europeus. A princípio, somente os campeões nacionais disputavam o torneio.
O futebol evoluiu, os times evoluíram e as competições também. A Libertadores ganhava respeito e a Confederação resolveu conceder duas vagas por país. Esse formato durou por longos anos, até que em 97 o México foi convidado a participar. A partir daí, diversas reformulações até chegarmos ao formato atual, com 32 equipes.

A edição atual traz o maior número de brasileiros de sua história. Serão seis equipes canarinhas na competição. O São Paulo, atual campeão, vem novamente como favorito, apesar de perder jogadores importantes da conquista do ano passado, como Grafite, Amoroso e Cicinho. Este ano, o jovem Thiago e o veterano Alex Dias são as esperanças de gols para os tricolores, que têm em Rogério Ceni o seu principal jogador. Outro grande favorito é o Corinthians, atual campeão Brasileiro. O galático time, representado pelo craque argentino Carlitos Tevez, ainda não conquistou o título. Os torcedores, no entanto, acreditam que desse ano não passa. Jogadores como Nilmar, Roger, Ricardinho e Mascherano são os responsáveis pelo entusiasmo. Palmeiras, com um time experiente, e o Inter de Porto Alegre, com a raça gaúcha, devem dar trabalho, enquanto Goiás e Paulista de Jundiaí prometem surpreender.

O grande destaque negativo da competição é a ausência do tradicionalíssimo Boca Juniors. A equipe portenha teve um desempenho fraco na última temporada, e não obteve pontuação suficiente pra classificar-se. Em compensação, seu maior rival, o River Plate, disputará a competição pela 27ª vez. Com dois títulos, é a principal força do país no torneio.

Em ano de Copa do Mundo, a Libertadores da América ganha um charme especial. Diversos jogadores vêem na competição a grande chance de assegurar uma vaga em suas seleções nacionais que disputarão o Mundial. Esse ingrediente especial, aliado à história do torneio, podem fazer com que a edição desse ano seja muito mais disputada. É esperar pra ver.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

RUMO A 2006: Croácia

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Henrique Moretti


Em apenas 14 anos de afiliação à FIFA, a Croácia já se orgulha de ostentar boas participações em eventos de grande repercussão.
Em sua primeira aparição no cenário mundial, alcançou as quartas-de-final da Euro 96, na Inglaterra. E o melhor estava por vir. Na Copa da França, em 1998, os croatas surpreenderam o mundo contando com uma geração que já havia atuado nas equipes sub-20 da Iugoslávia (a Croácia tornou-se independente apenas no início da década de 90). Nomes como Davor Suker, Zvonimir Boban e Robert Prosinecki levaram a Croácia ao terceiro lugar.

Em seu último Mundial, em 2002, os croatas já não tiveram tanta sorte e, com uma seleção já envelhecida, acabaram eliminados na primeira fase da competição. Na Euro 2004, nova eliminação precoce fez com que enfim o atual técnico Zlatko Kranjcar assumisse o comando da equipe com a missão de renová-la.

Missão que até agora vem sendo cumprida, e com primazia. A classificação para a Copa da Alemanha veio tranqüilamente, com 7 vitórias e 3 empates na campanha das Eliminatórias, sendo duas dessas sobre a forte Suécia, culminando na liderança do grupo 8, que contava ainda com a mediana Bulgária.

A força da nova Croácia está na defesa. O 3-5-2 de Kranjcar vem funcionando, com o experiente Robert Kovac, da Juventus, comandando uma ótima zaga, que ainda tem Simunic e Stejpan Tomas, além do goleiro Butina. No meio-campo, dois volantes, o irmão de Robert, Niko Kovac, e Igor Tudor, ex-jogador da equipe de Turim. Os alas Srna, autor de 4 gols nas Eliminatórias, e Babic são boas armas, enquanto o filho do treinador, Niko Kranjcar, é o cérebro da equipe. Para o ataque, o rápido e conhecido Ivan Klasnic, do Werder Bremen, e o alto Dado Prso (foto abaixo), que se destacou no Mônaco e hoje atua no Rangers. A equipe ainda conta com razoáveis opções no banco, como o brasileiro naturalizado Eduardo da Silva (descoberto num campeonato de favelas no Rio de Janeiro), o zagueiro Simic e o atacante Balaban.

Na Alemanha, os Vatrenis estarão no Grupo F, emcabeçado pelo Brasil. As duas seleções se enfrentaram no fim do ano passado, na Croácia, num empate por 1x1. Além do atual campeão mundial, Japão e Austrália acompanharão os croatas, num grupo muitíssimo equilibrado. A briga pela segunda vaga - a primeira deve ser do Brasil - tem tudo para ser emocionante.

Uma boa arma para a Croácia na estréia contra os brasileiros será a bola áerea. É bom os canarinhos ficarem de olho, já que Prso, de 1,91m, é muito alto e foi o artilheiro do time nas Eliminatórias..

A equipe da peculiar camisa quadriculada sabe que tem muita chance de chegar ao menos nas oitavas, o que já estaria de bom tamanho. Avançar até as quartas é um sonho distante, considerando um provável duro cruzamento com República Tcheca ou Itália. Mas se em 98 ninguém acreditava neles...


FICHA TÉCNICA

Fundação: 1992
Afiliação à FIFA: 1992
Participações em Mundiais: 2 (1998, 2002)
Melhor Resultado: Semifinais (1998)
Última Copa: Primeira Fase (2002)
Campanha nas Eliminatórias: 1º lugar do Grupo 8 da Zona Européia
Títulos Continentais: Nenhum
Time-Base: Butina, Tomas, R. Kovac, Simunic, N. Kovac, Tudor, Srna, Babic, Niko Kranjcar, Klasnic e Prso

Técnico: Zlatko Kranjcar
Principal Estrela: Ivan Klasnic (Werder Bremen)
Formação: 3-5-2
Avaliação: ** (Favorita na luta pela segunda vaga do grupo)

domingo, fevereiro 05, 2006

São Paulo e Palmeiras fazem primeiro clássico do ano

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Dante Baptista

São Paulo e Palmeiras se enfrentarão, neste domingo, às 18h10 no Morumbi em situações diferentes. Enquanto o Tricolor, tri-campeão mundial, procura se estabilizar e acertar o time para a temporada, o Palmeiras busca o melhor início de temporada de sua história. Com sete vitórias no ano (cinco pelo Paulista e duas na Libertadores), o Verdão ainda não perdeu, sequer empatou.

Já o São Paulo tropeçou em alguns jogos. Perdeu para o Juventus, empatou com o Guarani, mas a boa vitória contra o Marília deu novo ânimo ao time do Morumbi, e a contratação de Alex e André Dias, Leandro e Maurinho dão sangue novo à equipe.

Mas, se as novidades motivam o técnico Muricy Ramalho, a principal atração do Tricolor pode ser seu mais antigo jogador. Rogério Ceni treinou bem e está disposto a jogar. O capitão do tri são-paulino foi submetido a uma atroscopia no joelho direito, e, mesmo com a previsão de 40 dias longe dos gramados, pode fazer sua estréia. Porém, o Tricolor não poderá contar com os zagueiros Fabão (suspenso) e Lugano, que se recupera de uma fratura no nariz.

Já o Palmeiras não parece ter problemas para entrar em campo. À exceção de Enílton e Juninho, que ainda não jogou no ano, todos os outros titulares estão à disposição do técnico Emerson Leão. Marcinho e Ricardinho estão em ótima fase e são as chances. O único problema que pode incomodar o Palmeiras para o clássico é o cansaço da viagem para a Venezuela, pela rodada da pré-libertadores.


O que esperar do confronto

Quando Palmeiras e São Paulo se enfrentaram em 2005, a situação era inversa. O Tricolor era o líder isolado da competição, e o Palmeiras acertava a equipe aos poucos. Leão levou o time do Morumbi ao título e a um massacre no clássico. Foi 3 a 0 para o São Paulo, fora o baile. Diego Tardelli, Rogério e Luizão fizeram os gols do jogo.

Hoje, a situação é inversa, pelo menos, por parte do Palmeiras. Leão dirige o Verdão e é também líder do Paulistão. E conta com a ótima fase de Marcos, Marcinho e Ricardinho, além da genialidade de Gamarra e a garra de Marcinho Guerreiro.

Porém, do outro lado está um time tricampeão do mundo, que joga bem e cadencia a bola. Mesmo na derrota, o São Paulo apresenta um bom toque de bola e tem várias chances de gol, mas não as aproveita. Problema que parece estar solucionado com a nova dupla de ataque. Alex Dias e Aloísio, amigos, são-paulinos e que jogaram juntos por seis anos na França, serão os responsáveis pelos gols tricolores.

Mas, na defesa, Muricy terá problemas. Dos três zagueiros, apenas o fraco Edcarlos será titular, e vai jogar com Alex e o estreante André Dias, que não está 100% fisicamente. Fato que poderá ser utilizado por Leão para ganhar o jogo. Já o técnico tricolor poderá aproveitar as subidas de Paulo Baier e Corrêa com Danilo e Junior caindo por aquele lado para conseguir a vitória.

O jogo promete ser equilibrado, e não surpreenderia ninguém um empate. Não há favorito e, nem mesmo os tabus e o retrospecto podem servir de base para analisar o jogo de domingo.


Coluna republicada do
http://futeblog.uniblog.com.br - Futebol com Informação e Opinião