quinta-feira, junho 29, 2006

Pedras azuis em nosso sapato

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Luiz Mendes Junior

Quis a sorte que encontrássemos novamente os franceses em uma Copa do Mundo, não na decisão, como em 98, mas nas quartas-de-final, como quando perdemos melancolicamente em 86, levando um suado empate para a disputa de pênaltis.

As equipes francesas de 1986 e 1998 lembravam nosso Brasil de algum modo, talvez mais o time de 86, também habilidoso, com um Zico de nome Platini e outros craques muito técnicos, jogando um futebol meio europeu e meio brasileiro, sem a típica cintura dura alemã, mas também sem a vocação ofensiva e o brilho da Holanda, quando campeão em 98, e sem uma solidez defensiva de italianos inspirados, quando eliminado nas semi-finais de 86. Lá e cá, com Platini ou Zidane, mandaram-nos para casa sem troféu, e pretendem repetir a façanha, prometendo resgatar lembranças de uma estranha final em que Ronaldo não foi Ronaldo por motivos ainda obscuros, e também calar quaisquer especulações remanescentes de quem permanece acreditando na hipótese de uma decisão arranjada.

Não, não é mais aquela França, mesmo com “Zizou” e outros em campo! Contudo, penso que a atual pode nos ser quase tão indigesta quanto sua antecessora, como em 97, no mesmo Saint Dennis da final, quase com a mesma escalação, num pequeno torneio quadrangular que contava também com Itália e Inglaterra, onde os “Azuis” nos arrancariam um empate que já anunciava sua capacidade de se igualar ao Brasil entre as quatro linhas, mesmo que contássemos com um inspiradíssimo Romário. A verdade é que essa geração de jogadores sempre atuou bem contra o Brasil, vencendo-nos em 98 e 2001, empatando em 97 e 2003.

De 97 para cá, jamais os derrotamos, e isso mostra o quão legítima pode ter sido a “suspeita” decisão de Paris. Sabemos, no entanto, que cada jogo é uma história, e que essa França, apesar de experiente e perigosa, não tem mais o brilho de outrora, e tampouco joga em casa. Penso que se atuarmos com um time bem montado, teremos todas as chances do mundo para proporcionar uma honrosa despedida a Zinedine Zidane, apesar das iminentes dificuldades.

Mudando agora o foco, Alemanha e Argentina disputarão, a meu ver, o jogo mais esperado da Copa, e também um duelo chave que poderá determinar os rumos do futebol alemão.

Por que digo isso?

Dois motivos interligados. Primeiramente, os alemães não vencem um clássico (leia-se “clássico” jogos contra equipes de grande tradição) desde 2000, e uma vitória (ou mesmo um triunfo nos pênaltis) contra a Argentina solidificará de vez os méritos de Klismann no comando do time; Klismann que propôs uma alteração radical na maneira da Alemanha jogar, priorizando um futebol ofensivo, ousado e vibrante, que tornasse sua seleção não apenas competitiva, mas também apreciável aos espectadores, menos sisuda, menos fria, menos “alemã”, buscando justamente modificar essa terrível associação, a imagem do país que “descobriu um modo de ganhar Copa sem precisar jogar bola”. Vencer os argentinos pode mudar permanentemente a maneira alemã de encarar futebol, e isso, para Klismann, significaria mais do que melhorar esse esporte em seu país, mas também no resto do mundo, visto que muitos olham a Alemanha como referência.

Por essas e outras, penso seriamente em torcer para eles amanhã. Conseguirei?

Luiz Mendes Junior também escreve no blog:www.noticiasdofront3.blogspot.com

quarta-feira, junho 28, 2006

As oitavas-de-final

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Renato Bosi de Magalhães

Depois de um jogo promissor entre Alemanha e Suécia, em que a seleção alemã ganhou de 2 a 0, mas poderia ter sido 4 ou 5, tal foi a superioridade do time dirigido por Klinsmann, tivemos nessas oitavas-de-final jogos entediantes.

A Argentina encontrou muitas dificuldades para passar do México. Saviola, que vinha sendo um dos destaques da seleção portenha, foi um dos piores em campo. Sorín também jogou muito mal, e graças a um golaço do Maxi Rodríguez na prorrogação, nossos vizinhos da América do Sul passaram de fase.

Inglaterra X Equador também foi duro de assistir. A equipe dirigida por Sven-Goran Eriksson, que chegou com toda pompa de melhor seleção inglesa dos últimos quarenta anos, fez mais uma péssima partida. Beckham e Joe Cole fazem nesse Mundial mais ou menos o que deles se espera. Já Gerrard e Lampard não são nem sombras daqueles grandes jogadores de Liverpool e Chelsea, respectivamente. Junto com Ronaldinho Gaúcho, são as maiores decepções até agora. Rooney se esforça, mas ainda está fora de forma devido à contusão que o tirou dos gramados por alguns meses. O gol de falta do Beckham retratou bem o que foi o jogo, já que os ingleses não conseguiram envolver os equatorianos na bola rolando.

Portugal venceu a Holanda em uma partida que teve bons lances, mas a violência dos jogadores de ambas as equipes estragou o espetáculo. Estou surpreso com as boas atuações de Figo. Ele vem se movimentando bastante. Não é aquele jogador da Inter de Milão e do Real Madrid, que ficava parado na ponta direita só alçando bola na área. Já a Itália passou da Austrália no seu famoso futebol de resultados. Os australianos reclamaram do pênalti, que levou a vitória aos italianos. Mas é bom lembrar que a Austrália começou a atacar a azzurra depois de uma expulsão injusta de Materazzi.

Suíça e Ucrânia fizeram um dos piores jogos dessa Copa. As duas bolas na trave no primeiro tempo resumem o jogo. E esse “espetáculo” só poderia mesmo ir aos pênaltis. E a Suíça foi eliminada sem tomar nenhum gol nesse Mundial.

O Brasil ganhou de 3 a 0 de Gana, mas o time africano teve a posse de bola na maioria do tempo. A sorte dos brasileiros é que, assim como os australianos, os ganeses têm uma pontaria de dar dó. Já a França levou a melhor sobre a Espanha. Como já havia acontecido contra Togo, Vieira foi “o cara” do jogo. Deu um belo lançamento para Ribery no primeiro gol e ele próprio fez o segundo. Zidane ainda fez o terceiro. O meia ex-Real Madrid ainda fez outras boas jogadas, principalmente num lançamento primoroso para Malouda, que não conseguiu uma boa finalização.

Eu achava que a Copa começaria de verdade nas oitavas, mas pelos jogos chatos que tivemos e os confrontos que se formaram para a próxima fase (principalmente Brasil x França e Alemanha x Argentina), o Mundial da Alemanha começa verdadeiramente nas quartas-de-final.

terça-feira, junho 27, 2006

A tradicional surpresa africana...

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Henrique Moretti

Desde 1986 o continente africano leva ao menos um representante para a segunda fase da Copa do Mundo. Marrocos, na Copa do México, foi a primeira seleção oriunda da “Mãe-África” a conseguir tal feito, que acabou repetido por Camarões, de Roger Milla, em 1990, na Itália; pela Nigéria, de Amokachi, em 1994, nos EUA, e de West, na França, em 1998; além do surpreendente Senegal, de Diouf, na Copa da Coréia e do Japão, há quatro anos.


Porém, apesar do retrospecto positivo das equipes do Continente Negro nos últimos tempos, não se esperava, dos menos aos mais entendidos, que dessa vez um africano conseguisse passar da primeira fase do Mundial alemão. Pois Gana conseguiu.


A seleção de Gana provou que nunca se deve duvidar do futebol da África, e, contrariando os prognósticos, obteve a classificação no grupo que se mostrou no mais difícil da Copa, o E. Na verdade, a qualidade dos adversários era o maior obstáculo para Gana, e, isso, particularmente, fez com que o colunista não apostasse nas “Estrelas Negras”.


Porque potencial, muitos sabiam que eles tinham. A equipe, conhecida por ser uma potência nas categorias de base - foi duas vezes campeã mundial Sub-17 e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992 -, teve uma campanha impecável nas Eliminatórias, deixando a África do Sul, anfitriã do Mundial de 2010, para trás com larga folga, e apenas 4 bolas chegaram às redes ganesas em toda a fase preliminar. E essa fortaleza na defesa é que diferencia Gana das demais seleções africanas e, conseqüentemente, foi uma das principais razões para que a equipe levasse a melhor sobre EUA e República Tcheca, só sendo derrotada pela tricampeã mundial Itália.


Se é assim, é bom o Brasil tomar cuidado na etapa de oitavas de finais, quando canarinhos e ganeses ficarão frente a frente em Dortmund, no próximo dia 27, porque o clichê de que as seleções africanas têm alegria, muita ginga, dribles, porém inocência na defesa e falta de disciplina tática, cai por terra quando o assunto é a seleção de Essien e cia.


O time é treinado pelo sérvio Ratomir Djukovic e apresenta um zagueiraço, John Mensah, que desde a CAN 2006 (em que a equipe, desfalcada, não obteve nem sequer vaga à segunda fase) vem se destacando. Seu parceiro seria o conhecido Samuel Kuffour, com passagem pelo Bayern e hoje na Roma. Seria porque, ao falhar bisonhamente na estréia diante da Itália, Kuffour foi sacado do time sem dó por Djukovic, dando lugar a Mohammed. A fortaleza continua no meio-campo, com verdadeiros “tanques de guerra”. Essien, Muntari e Appiah são jogadores de muita força física e que aliam marcação firme com boas saídas ao ataque, que parecia (e se confirmou) como a principal deficiência do time, aparecendo Amoah e Gyan, que não são maus jogadores – longe disso -, porém a quantidade de chances de gols que desperdiçam impressiona.


E é com esse time que os comandados de Djukovic tentarão surpreender os pentacampeões brasileiros. E eles levam toda a África consigo, já que Costa do Marfim, Tunísia, Togo e Angola não foram capazes de avançar. O único (porém não menos relevante) contra-tempo para a partida decisiva de Dortmund é o desfalque de Essien, infeliz ao tomar o segundo cartão amarelo logo aos 4 minutos do jogo contra os EUA.



Zidane uma vez mais


Foi duro. Foi difícil. Foi sofrido. Mas a França está nas oitavas de final da Copa do Mundo 2006. A partida contra Togo, quando todos pensavam que fosse ser fácil, tomou rumos desfavoráveis aos franceses, que além de jogarem pela classificação depois do vexame de 2002 tentavam manter a carreira de Zidane ao menos até as oitavas de finais.


O camisa 10 e capitão dos “Blues”, que anunciou sua aposentadoria ao término da Copa, estava suspenso para a partida, após receber dois cartões amarelos nas duas primeiras partidas, contra Suíça e Coréia e, no dia de seu 34º aniversário, restava-lhe apenas torcer para os companheiros prolongarem a vida francesa no Mundial.


Porém Togo parecia estar disposto a encerrar mais cedo a carreira do brilhante jogador, e apesar da pressão francesa no primeiro tempo, o gol acabou não saindo, com o desespero já tomando conta do time treinado por Raymond Domenech. Mas no segundo tempo Vieira e Henry furaram o bloqueio do bom goleiro Agassa e obtiveram a classificação para enfrentar a Espanha nas oitavas.


Outro destaque da equipe foi David Trezeguet, que deve ter finalmente convencido o teimoso Domenech que sua presença entre os 11 titulares é indispensável.


Assim, no aniversário de Zidane os agraciados com presente foram os fãs do futebol, que têm a oportunidade de ver o craque em campo por mais uma vez. Mas nada impede os franceses de torcerem por mais 3 jogos com Zizou nos gramados.


Coluna também publicada em www.voleio.com

domingo, junho 25, 2006

Enfim, a hora da verdade chegou

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Luiz Mendes Junior

(Parte 1, escrita em 24/06 as 11 da manhã, antes de Alemanha x Suécia)


Esta Copa começou muito boa, e parece ter aliviado seu ritmo na terceira rodada em virtude da classificação prematura de alguns favoritos. República Tcheca e Itália foram exceções, visto que ainda precisavam brigar pela vaga no último jogo antes das oitavas. Outros participantes, já eliminados, preocuparam-se em realizar honrosas despedidas, como no caso da Costa do Marfim, que apesar de se revelar grande surpresa no mundial, apresentando um futebol tecnicamente superior ao de times como Equador e Gana, viu-se eliminada na fase preliminar, e por razões óbvias. Cair num grupo com Holanda e Argentina não lhe deu muita chance. Fez excelentes partidas, mas não teve sorte suficiente e cometeu pecados inadmissíveis nestes dois confrontos, pecados que Gana e Equador também praticaram, mas em chaves e jogos onde era permitido.

Os alemães de Klismann evoluíram substancialmente quando comparados a si mesmos meses atrás perdendo feio para Estados Unidos e Itália. Demonstraram fragilidade na estréia, mas se solidificaram defensivamente em seguida, evidenciando também uma empolgação e um volume de jogo incomum ao país em copas recentes. Sem dúvida, jogar em casa também pesa bastante nesse contexto, e a equação “jogadores jovens, aplicados e empenhados + filosofia ofensivista de Klismann + fator campo + adversários medianos ou fracos até agora” vem resultando numa Alemanha empolgante que contradiz sua imagem de time frio e calculista. Frios talvez sejam os suecos ante a problemática de encará-los como donos do espetáculo. Alemanha e Suécia duelarão uma hora após eu escrever esta coluna e tal confronto representará um teste definitivo para a torcida germânica saber se realmente pode sonhar com o título. Seus jovens representantes podem ter melhorado muito desde a preparação, mas ainda não provaram força contra oponentes mais duros, visto que pegaram uma chave tranqüila. A seleção equatoriana surpreendeu vagamente com duas largas vitórias, mas, além de jogar sua terceira partida desfalcada, está longe de ter valido aos alemães como um grande teste. Caísse num grupo mais complicado, decerto estaria fazendo as malas agora. Claro que ver os sul-americanos nas quartas após vencerem os ingleses não é impossível, mas bastante improvável, mesmo com os defeitos apresentados pelo “English Team”, que ainda não encantou nessa copa.

O único grupo a classificar uma equipe considerada zebra antes do início do torneio foi a chave E. Gana começou frenética contra os italianos, mas também errando em conclusões e na marcação. Vacilou semelhantemente contra a República Tcheca, perdendo gols impossíveis, mas sua maciça prevalescência técnica, aliada à superioridade numérica em virtude de expulsão, garantiu um triunfo que a colocaria diante do Brasil nas oitavas. Seus jogadores são rápidos como manda a tradição africana em copas e destoam do estereótipo “alegres, desleixados e dribladores” característico de Camarões em 90 e Nigéria em 94, preferindo um estilo de muita força física, pegada, toques rápidos, marcação na saída de bola e numero excessivo de faltas. Possui média de dribles baixa quando comparada à Costa do Marfim e Brasil. 7,7 dribles por jogo, segundo o instituto Datafolha, contra 25,3 do Brasil e 29,3 da Costa do Marfim. Sua média de faltas é a maior da copa. 25 por jogo contra 11,7 dos brasileiros.

Portugal e Holanda prometem um duelo menos físico e de técnica apurada, enquanto a França, que dificilmente brilhará nessa copa (embora possa apresentar um ataque melhor com Trezeguet em campo), terá sua defesa duramente testada pela primeira vez. Ostenta um time limitadíssimo que, ao menos, não parece frágil. O favoritismo, todavia, será da fúria.

Brasil e Japão realizaram um interessante duelo em Dortmund. Parreira soube aproveitar sua última chance de testar jogadores que poderiam mudar o caráter sonolento do time. Colocou em campo uma esquadra leve, veloz e muito ofensiva que trouxe esperanças à torcida e mais respeito dos adversários. Insistir com Ronaldo foi e ainda é uma aposta perigosa. O fenômeno vem ganhando ritmo a cada partida, mas ainda atrapalha o ataque quando trava certas triangulações e, nas bolas altas, não tem metade da eficiência de Adriano, apesar do gol de cabeça que marcou. De “causa perdida”, viu-se promovido à “esperança”, e isso nos deixa felizes. Parreira ignorou o óbvio, mas pode sair triunfante assim mesmo, provando o poder de suas “loucas” convicções. Com Robinho jogando, ainda prefiro Adriano como homem de referência. Contudo, manter os demais reservas na equipe seria insensato. Gana não tem tradição, mas é um time de muita força física que pressionará nossa retaguarda e exigirá empenho e eficiência nas divididas. Brasil X Gana promete ser brigado, corrido, com algum espaço para jogar, contra-ataques e uma pressão enorme contra nós nos primeiros minutos, como os africanos têm feito sempre. Somos, claro, favoritos, e seríamos mais se a seleção estivesse devidamente ajeitada no tempo certo. Sucesso contra os ganeses será quase uma garantia de bom futebol contra os espanhóis, caso estes triunfem sobre a França e nos peguem na fase seguinte, pois praticam um estilo vagamente próximo ao de Gana.

Estranha foi a tímida comemoração de certos jogadores australianos e de Gus Hiddink com a vaga obtida após um jogo marcado pela mais estapafúrdia arbitragem da copa até agora, pois pareciam menos contentes com a classificação do que decepcionados por não serem líderes do grupo, já que, pensam, poderiam ter vencido o Brasil com um pouco mais de sorte, e, assim, evitar a “Azzurra”, super favorita contra eles. Diferentemente de certos selecionados tradicionais, ganeses e australianos não parecem muito humildes ante os penta-campeões. De certo, é saber que a copa entrará num desenlace interessante com grandes seleções se cruzando em embates dramáticos e épicos até o grande campeão ser decretado. O nível técnico deste mundial deve crescer e muito a partir de agora.

(Parte 2, escrita em 24/06 as 2 da tarde, antes de Argentina x México)

Vitória categórica da Alemanha ante os suecos e notícia devastadora para o Brasil. Copa do mundo é assim. Desvios brutais, surpresas e estórias diferentes a cada rodada.

Jogo a jogo, os alemães mostram saber aproveitar seu mando de campo para acuar adversários e, com 15 minutos passados, já complicaram a vida dos suecos com dois gols. Torcerei para a Argentina ante os mexicanos porque os donos do espetáculo precisam de um freio nesse mundial, e, penso, os favoritos portenhos serão seu maior obstáculo até a decisão. Depois disso, só com muita reza e macumba para segurá-los, por mais limitados que possam ser. Um time grande jogando em casa e bem preparado é sempre um problema, e, não por acaso, à exceção do Brasil, todos os campeões mundiais possuem ao menos um título no próprio solo.

Falando em Brasil, um possível desastre pode provocar desfechos melancólicos ao sonho do Hexa. Robinho não é a grande estrela do time, mas sua presença em campo vale como elo propulsor importantíssimo para fazer o tal “quadrado” funcionar. Se sua recente dor na coxa for contusão séria, Parreira terá três opções para administrar uma possível sobrevida sem ele. Abolir o quarteto e escalar Juninho no lugar de Adriano, rezando para não precisar colocar coringas ao longo da partida, visto que não possuirá cartas adicionais na manga; isso até pode melhorar a seleção, solidificando o meio-de-campo e diminuindo a fragilidade demonstrada até aqui, mas talvez também prejudique o dinamismo das subidas ao ataque, descaracterizando aquele futebol alegre e dinâmico que muita gente quer ver do Brasil. Parreira também pode testar seu “quadrado” com Fred, buscando manter as características da equipe que deseja montar, ou fazer o mais provável, voltando à escalação original com dois atacantes “pesados”, atitude que decerto representaria um retrocesso fatal em termos de brilho ofensivo e eficiência.

Que os Deuses futebolísticos nos sejam benevolentes e preservem Robinho, para que, pelo menos, mostremos algo próximo a nosso real potencial nessa copa! Se já não bastassem as trapalhadas da CBF e do próprio treinador, o destino parece também estar indisposto a colaborar conosco. Copa é assim mesmo, vide ausências de Maradona em 94 (dopping) e Zidane em 2002 (contusão). Felizmente vencemos os alemães no Japão, e eles só poderão ser tetra em 2006, para desespero do reserva mais bem-humorado da copa.

Luiz Mendes Junior também escreve no blog:www.noticiasdofront3.blogspot.com