segunda-feira, abril 10, 2006

Agora quem dá bola é o Santos

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Daniele Pechi


Eram poucos os que em janeiro apontariam o Santos como favorito ao título do Paulistão 2006.

Repatriado, Vanderlei Luxemburgo voltou, trabalhou, contratou, dispensou, montou seu time e mostrou que continuava o mesmo Luxa de sempre. A diretoria acertou na escolha do treinador e quebrou o jejum: após 21 anos sem um estadual, a hora chegou!

Com um São Paulo que passou muito tempo comemorando o seu Mundial tão esperado, um Corinthians com tantos problemas de bastidores e um Palmeiras que precisa de reforços já não é de hoje, o Paulista sorriu para o Peixe.

O Tricolor bem que tentou, mas por ter demorado demais para entrar na competição, por um ponto, deixou escapar o bi.

O Timão tinha um elenco invejável, mas os altos e baixos deixaram a equipe apenas em sexto lugar. Problemas de Kia com Dualib, a demissão de Lopes, a estranha vinda de Marcelinho....tudo isso acontecendo no decorrer de apenas 19 rodadas. Ademar Braga acabou ficando como técnico mesmo, Marcelinho não é relacionado nem para o banco e a parceria com a MSI continua tão obscura como sempre.

O velho clichê de que o futebol é uma caixinha de surpresas também se comprovou: Quem, sinceramente, já tinha ouvido falar do Noroeste? Talvez os moradores de Bauru. É, mas o Norusca veio, subiu da Segundona e passou muitas rodadas na liderança. Acabou em quarto, mas incomodou e provou que tudo o que um time precisa é de investimentos sérios, declarados e de procedência não duvidosa, de preferência e preparação.

O Norusca não tinha se quer um “grande” jogador, mas estava entrosado e com muita vontade, e a campanha foi louvável.

Essa história faz lembrar uma outra equipe que surgiu forte não só no cenário paulista, mas no brasileiro . Um adolescente que já esteve em final de Libertadores. Por mais que não se conheça de futebol, é impossível não reconhecer o São Caetano, aquele do uniforme azul, sabe?

Não deu para a Lusa, fora da primeira divisão do Brasileiro desde 2003, caiu também no Paulista, junto com Guarani, Portuguesa Santista e Mogi Mirim.

Falar mal da arbitragem seria chover no molhado, e outra, hoje é dia de festa, esqueçamos dos problemas! Parabéns ao Santos e a seus jogadores e comissão técnica. Depois de tanto esperar, a baixada comemora!

Se não foi o time que jogou mais bonito, foi o mais regular, o que realmente importa nos pontos corridos.

A fórmula de disputa também foi muito questionada: Pode não ser a mais emocionante, mas é a mais justa...

Também, satisfazer a todos tiraria toda a graça e a magia que faz dois desconhecidos sentarem e discutirem sobre essa paixão nacional. Se não existisse o conservador que adora a boa e velha final e o que defende o novo, o justo, qual seria o papo do botequim no dia seguinte?

É, este acabou, mas ano que vem tem mais (ainda bem), os paulistas e não paulistas aguardam.

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