quarta-feira, abril 05, 2006

Pequenos sim, fracos não!

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Bruno de Oliveira

No encerramento dos Estaduais de 2006, comecei a analisar os resultados e cheguei a uma conclusão óbvia, até. Mas que chamou muito minha atenção. O número de times pequenos em destaque aumentou de forma considerável. Foi-se o tempo em que Campeonato Baiano significava final ente Bahia e Vitória. Ou que Campeonato Carioca era decidido em um Fla-Flu, ou num Vasco e Botafogo. Foi-se o tempo, amigo, em que Cruzeiro e Atlético lotavam o Mineirão para um duelo final.

O real significado de tal fenômeno divide-se entre a total incompetência de nossos grandes clubes, se é que ainda podemos chamá-los assim, e a ousadia de determinados pequenos. É o retrato perfeito de nosso futebol. Enquanto dirigentes corruptos insistem em comandar e afundar a elite, trabalhos sérios são realizados em times, até então, sem expressão. E os resultados começam a aparecer. É o caso do Ipatinga, de Minas, do Adap, do Paraná, do Colo-Colo, de Ilhéus, Bahia, e de tantos outros espalhados pelo país.

Campeão mineiro do ano passado, o Ipatinga ficou conhecido como “filial” do Cruzeiro, graças a uma parceria entre os clubes. Manteve sua estrutura, reduziu o número de jogadores emprestados da “matriz” e conseguiu destaque novamente esse ano. Liderou a fase de classificação de seu estadual, eliminou o América na semifinal e chegou à decisão, por incrível que pareça, como favorito. Antes, aliás, eliminou o Botafogo da Copa do Brasil com duas vitórias convincentes. Não foi campeão estadual, mas provou que pode ameaçar a hegemonia da Raposa e do Galo.

Já no Paraná, a surpresa foi o Adap. O pequeno time de Campo Mourão terminou na modesta quarta posição de seu grupo, conquistando vaga para as quartas de final contra o poderoso Atlético, campeão da outra chave. As duas vitórias sobre o atual vice-campeão da América garantiram a Associação Desportiva Atlética do Paraná na semifinal. Dessa vez, o Coritiba foi a vítima. Após perder o primeiro jogo, a zebra do campeonato venceu o segundo confronto e levou a vaga nos pênaltis. Mais um grande caía. Se o título não vier, e provavelmente não virá, já que perdeu a primeira partida da final por 3 a 0 para o Paraná, a Adap já se sentirá satisfeita por ter derrubado os dois clubes com mais tradição do estado.

No Rio, a situação é ainda pior. Com exceção feita ao glorioso América, nenhum time pequeno preza por organização e planejamento. Mas mesmo assim, Fluminense, Flamengo e Vasco sequer disputaram finais. Coube aos modestos Madureira, Cabofriense e Americano fazerem companhia ao Diabo na luta pelas primeiras posições. O único grande minimamente organizado é o Botafogo, virtual campeão. De resto, só decepções. A situação catastrófica acena para resultados ainda piores quando o Brasileiro começar.

Outros exemplos poderiam ser dados pelo país. No Pará, o Ananindeua ameaça o título do Paysandu. Na Bahia, o Colo-Colo é o campeão do primeiro turno. Como exceções, os campeonatos Paulista e Gaúcho foram os únicos, dos grandes do Brasil, a terem a elite na frente. Em São Paulo, apesar do Noroeste mostrar boa organização e ameaçar no começo, o título vai ficar entre o Tricolor e o Peixe. Já no Sul, o bom e velho Gre-Nal decide o campeão. Se estas situações não servirem como lição, poderemos ver, novamente, grandes times lutando contra o rebaixamento no Brasileirão. Ou pequenos conquistando a Copa do Brasil, como aconteceu nos últimos dois anos, com Santo André e Paulista. A verdade é que os Estaduais desse ano serviram para mostrar aos grandes que pequenos são aqueles que fraquejam ano após ano. E mesmo assim não aprendem.

Um comentário:

Anônimo disse...

mas Coritiba perdeu por causa da diretoria (Giovani Gionédes) e os perna de pau do coxa,ex:jackon,indio(que erram os penaltis)jogaram por cima da trave.Mas os pratas da casa como Renan, Pedro Ken,Keirison (machucado) entre outros