quinta-feira, abril 13, 2006

RUMO A 2006: Costa do Marfim

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Henrique Moretti

Dos cronistas esportivos, quase todos são unânimes em afirmar que a Costa do Marfim é a equipe mais forte do continente africano no Mundial 2006. Se é assim, quem sou eu para discordar?

Para ter alcançado tal patamar, os marfinenses possuem excelentes respaldos. O primeiro deles é o experiente técnico Henri Michel, treinador da França na Copa de 1986, de Camarões na de 1994 e de Marrocos na de 1998 (curiosamente, enfrentou o Brasil em todas essas oportunidades, vencendo apenas na primeira). Seu comando foi imprescindível para a Costa do Marfim vencer o grupo mais difícil das eliminatórias africanas – o 3, que continha os fortes Camarões e Egito – com sete vitórias, um empate e apenas duas derrotas, ambas para os leões indomáveis.

E dramaticidade não faltou para essa qualificação. Os elefantes marfinenses lideravam a chave desde o início até a oitava rodada, quando uma inesperada derrota para Camarões em casa mudou a situação. Com um 3x2, Eto’o e cia. lhes ultrapassaram por um ponto. Entretanto, o quadro se transformou novamente no último jogo do zonal: Camarões empatou em casa com o Egito, com direito a pênalti desperdiçado no último minuto, entregando a vaga na Copa de bandeja para a Costa do Marfim, que acabou batendo o Sudão.

A outra fortaleza da seleção é a própria equipe, que apesar de nunca haver disputado um Mundial conta com jogadores de grande qualidade. Didier Drogba, do Chelsea, Aruna Dindane, do Lens, Arouna Koné, do PSV, e Bonaventure Kalou, do PSG, por exemplo, formam uma espécie de “quadrado mágico” do ataque africano. Ciryl Domoraud também pode aparecer como titular do setor.

Na meia-cancha, Yayá Touré tem qualidade para sair jogando e Didier Zokora, já pretendido pelo Arsenal, oferece proteção à defesa, formada também por nomes conhecidos como o de Kolo Touré, do Arsenal, e o de Mark Zoro, do Messina. O goleiro é Jean Tizie, que apesar de não inspirar enorme confiança, não compromete.

O time, conhecido pela troca de passes rápida e boa saída no contra-ataque, foi a única das estreantes africanas que não deu vexame na última Copa Africana de Nações, disputada no Egito. Com muitos gols de Drogba e mesmo com um relevante desfalque de Dindane, a Costa do Marfim chegou ao vice-campeonato da competição, vencida pelos donos da casa.

As chances de Costa do Marfim no Mundial da Alemanha só não são maiores por culpa do sorteio dos grupos, ingrato para seu lado, que os colocou junto à Holanda, Argentina e Sérvia e Montenegro, favoritíssimos na luta pelas duas vagas.

Assim, as possibilidades de classificação dos elefantes para a segunda fase, admite-se, não são muitas, porém a experiência de Michel, o faro de gol de Drogba (foto) e o alegre futebol do time como um todo podem reverter a primeira previsão. Bons resultados em amistosos eles até ostentam, como um empate diante da Itália e uma derrota apenas no finzinho frente à Espanha. É esperar para ver!


FICHA TÉCNICA

Fundação: 1960
Afiliação à FIFA: 1960
Participações em Mundiais: Estreante
Melhor Resultado: Estreante
Última Copa: Não participou
Campanha nas Eliminatórias: 1º colocado do Grupo 3 do Zonal Africano
Títulos Continentais: Campeã da Copa das Nações Africanas (1992)
Ranking FIFA: 32º

Time-Base: Tizie, Boka, Kolo Touré, Meité, Zoro; Zokora, Yaya Touré, Kalou, Arouna Koné (Domoraud); Dindane e Drogba
Formação: 4-4-2
Técnico: Henri Michel
Principal Destaque: Didier Drogba (Chelsea)

Avaliação: ** (Bom time, mas num grupo dificílimo)

Um comentário:

Zé Maria (ou não) disse...

É bom que estejamos todos preparados para esta selecção, pois vai fazer um excelente Mundial com toda a certeza.

Falta de Jeito