quinta-feira, julho 06, 2006

A final

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Renato Bosi de Magalhães

Antes de começar a Copa do Mundo na Alemanha, a mídia esportiva apontava como favoritos ao título Brasil, Alemanha e Inglaterra. Alguns comentaristas citavam a Itália. A Azzurra entrava nesse rol mais pela tradição do que pelo futebol que vinha apresentando. Agravava mais a sua situação o escândalo das arbitragens que o país da bota vem passando, e que pode rebaixar times como Milan e Juventus. Pois bem, a Itália está na final.

A defesa comandada por Buffon e Cannavaro só tomou um gol. E não foi nenhum adversário que o fez, mas sim ela própria. No empate contra os Estados Unidos, o lateral Zaccardo marcou contra. Merecem destaque também os volantes Gattuso e Pirlo. O primeiro vem demonstrando a raça de sempre, com a vantagem de chegar sempre na bola e não no jogador, como às vezes acontece no seu time – o Milan. Já o segundo está sendo o grande armador da seleção italiana, posição que se esperava ser ocupada por Totti ou por Del Piero. A maioria dos gols italianos nesse Mundial passa por Pirlo. É de se destacar também o bom jogo coletivo da equipe comandada por Marcello Lippi. Dos onze gols marcados – melhor ataque, ao lado da Alemanha – apenas o atacante Toni marcou mais de um (dois). O restante foi convertido por jogadores diferentes.

Se a Itália não era considerada como uma das favoritas, menos ainda é seu adversário na final - a França. A equipe de Zidane começou muito mal a Copa do Mundo, empatando com Suíça e Coréia do Sul. A vitória sobre Togo por 2 a 0, com grande atuação de Vieira, levou o time às oitavas-de-final. A partir daí Henry e Zidane, que vinham apagados na competição, começaram a desequilibrar. Eu vinha sempre escrevendo que Trezeguet merecia uma vaga nesse time. Agora não sei mais. O esquema de cinco jogadores no meio está funcionando muito bem. Malouda e Ribery podem não se destacar com belíssimas jogadas individuais, mas são de suma importância taticamente. Eles sempre saem substituídos, pois as funções que eles exercem são muito cansativas. Eles devem marcar os laterais e ainda ajudar Zidane e Henry lá na frente.

E, por último, longe de ser menos importante, os zagueiros Thuram e Gallas e os volantes Makelele e Vieira, que fazem um Mundial impecável. Sobraram três titulares: Barthez e os laterais Sagnol e Abidal. Não gosto muito do goleiro francês. Ele não demonstra muita segurança, principalmente nas bolas chutadas de fora da área. Quanto aos laterais, são razoáveis defensivamente e fracos no apoio ao ataque. Enfim, nessa final Itália x França, não aponto um grande favorito, mas acredito que a seleção italiana vem com um pouco mais de força depois da vitória sobre os donos da casa.

E quem será o craque da Copa? Zidane? Cannavaro? Vieira? Buffon? Façam as suas apostas.

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