domingo, julho 02, 2006

A Copa inteira que poderia ter sido e não foi

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Daniele Pechi

Acabou! O tão esperado hexa não chegou e essa seleção brasileira foi uma das maiores decepções dessa Copa, não pela eliminação, mas pela falta de futebol.

A fase do mata-mata coloca todas as equipes em risco, mas esforço e superação foram palavras que passaram longe desse Brasil.

Deu até vergonha ver a seleção, com o time que tinha, se entregar diante da França. Depois das disputas acirradas que antecederam o nosso jogo, a Alemanha se superando para vencer a poderosa Argentina e Portugal, que com a ajuda de Ricardo, conseguiu vencer a disputa nos pênaltis contra a Inglaterra.

Eu diria que não foi uma surpresa para ninguém, pois essa eliminação estava mais do que anunciada: no decorrer de toda a participação do Brasil na Copa, esperava-se uma evolução que não aconteceu, a seleção marcou passo e só não caiu nas oitavas de final porque Gana era muito inferior tecnicamente ao Brasil. Talvez esse tenha sido o jogo de maior diferença técnica dessa fase.

Mais uma vez ficou comprovado que um bom time no papel não ganha nada! Uma equipe é muito mais que isso e pra esse Brasil faltou união, como teve a família Scolari em 2002; faltou vontade, não se via os jogadores tendo prazer de ganhar as partidas, faltou futebol, claro, o potencial que a seleção tinha, pelo menos no papel, era o maior de todos.

O grande problema é que fomos durante toda a Copa a grande “promessa”, a equipe que estouraria a qualquer momento, que na primeira fase não precisava mostrar tudo o que sabia pra passar, mas que continuou apenas sendo a promessa!

Ver o Dida tendo que dar chutão pra frente porque não tinha com quem jogar era deprimente. Jogadores tão experientes que já tinham participado de duas ou até três Copas dando as costas para fugir da responsabilidade? Esse era o Brasil que queria o hexa?

Renovar, mudar, tentar, poderia ter sido uma opção, mas as alterações feitas eram muito tardias, e óbvias. Claro que culpar somente Parreira seria uma observação inconseqüente, mas que tinha muita gente no banco querendo mostrar serviço e que não teve oportunidade, ou tempo, isso tinha!

Nem o mais brasileiro dos brasileiros nega que não foi só o Brasil quem perdeu, foi principalmente a França que ganhou, merecidamente. Zidane, que já tinha jogado muito contra a Espanha, mostrou que é gênio e vai deixar saudade pra quem teve a sorte de vê-lo jogando. Só não fez o gol, tarefa que ficou para Henry.

Afinal, em uma competição que só acontece a cada 4 anos, nada mais justo que vença a melhor seleção em campo, a que joga mais bonito! Se no futebol nem sempre isso é possível, parece que dessa vez tudo se encaminha para que tenhamos um campeão com méritos.

É, ficamos no papel, ficamos na França, ficamos na expectativa, ficamos esperando o Robinho entrar até os 30, 35 do segundo tempo... Ficamos mal-acostumados em chegar nas finais por três copas seguidas e ficamos aqui, esperando mais quatro anos por uma seleção que possa ser chamada de “melhor do mundo”.

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