quinta-feira, junho 22, 2006

Impressões

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Renato Bosi de Magalhães

Começo pela Argentina, óbvio. O futebol que a seleção portenha vem apresentando é de encher os olhos. A poucos dias da Copa, o técnico José Pekerman ainda vinha procurando o time ideal. Agora tem um time talentoso, pronto para buscar o terceiro título da história.

A respeito do Brasil, não esperava partidas tão burocráticas e confesso que não vejo uma seleção sensacional, capaz de golear quem vier pela frente. Parreira é o técnico, que diz “show é ganhar a Copa” e, segundo, porque a seleção que encantou naquele jogo contra a Argentina, na Copa das Confederações, era outra. Jogavam Cicinho, Gilberto e Robinho. São jogadores de uma movimentação e um potencial ofensivo muito maior do que Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo.

A Itália, do apagado Totti e do aceso Pirlo, não me surpreende, nem me desaponta. Pode tanto ser eliminada na primeira fase (se perder para a República Tcheca), quanto ser campeã, com seu ferrolho defensivo. Não nos esqueçamos que a Itália campeã de 82 empatou seus três jogos na primeira fase.

A Espanha é a seleção que proporcionou a maior surpresa, ao golear a boa Ucrânia por 4 a 0. Ela possui um meio-campo que alia a marcação e o bom toque de bola, e tem na frente Luis García e o “matador” Fernando Torres, enquanto para a Alemanha eu não dava nada antes do início do Mundial. Mas, com o apoio da torcida, jogando com sua conhecida disciplina tática, e contando com a boa fase de Lahm e Schweinsteiger, além de Ballack e dos gols de Klose, é uma forte candidata ao título.

A França é a que mais decepciona. Com os bons marcadores Makelele e Vieira na contenção, e contando lá na frente com Zidane e Henry, contava com um melhor futebol. E Trezeguet não jogar de titular é brincadeira.

Holanda e Portugal são seleções organizadas, possuem jogadores capazes de decidir uma partida, além de excelentes técnicos, mas não enxergo nelas potencial para serem campeãs. As equipes da Ásia não evoluíram. Esperava mais principalmente do Japão e do Irã. Já das que representam a África, gostei. Costa do Marfim apresentou um futebol alegre, vistoso. Deu azar ao cair no “grupo da morte”. Gana, que basta vencer os Estados Unidos para se classificar, também foi bem. Já de Tunísia, Angola e Togo, não esperava muita coisa. E, se não apresentaram um futebol de encher os olhos, mostraram alguns bons jogadores. Destaco a dupla de ataque togolês, formada por Kader e Adebayor.

Estou um pouco decepcionado com esse início de Copa. Quem sabe daqui para frente melhora.

Um comentário:

Anônimo disse...

Aí Renato, sei que já estamos nas oitavas, mas achei bom esse início de Copa de que vc falou. Copa do Mundo é assim, alguns bons jogos, poucos excelentes e a maioria mais ou menos ou ruim. E há os momentos de brilho dos craques, que às vezes não aproveitamos direito porque tem sempre um Fernando Calazans pra dizer que na Copa sei lá qual todos os jogos foram de altíssimo nível, só havia craques e o as platéias deliravam. Pura balela.