domingo, março 05, 2006

RUMO A 2006: Inglaterra

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Henrique Moretti


Lampard, Gerrard, Beckham, Owen e Rooney. Não há dúvida de que a seleção da Inglaterra conta com craques que formam uma das equipes mais fortes a fim de conquistar a Copa do Mundo 2006.

Alguns dos melhores jogadores do mundo estão no English Team, num timaço que vem sendo considerado por todos o mais forte que os britânicos já construíram desde o que conquistou o Mundial de 1966, em casa, com Bobby Moore e cia.

O técnico sueco Sven-Goran Eriksson (ao lado, com a bandeira inglesa), primeiro estrangeiro a treinar a Inglaterra na história, vê com ótimos olhos a possibilidade de finalmente levantar a taça e acabar com esse jejum de títulos, que já incomoda. Desde 2000 no comando, Eriksson é um grande conhecedor da equipe, e seus melhores resultados foram alcançar as quartas-de-final da Copa 2002, caindo diante do campeão Brasil, e da Euro 2006, perdendo para Portugal.

Porém, atualmente o técnico sueco se segura no cargo mais por falta de opções no mercado que pelos seus próprios méritos, afinal, além dos insucessos citados, a campanha nas eliminatórias para o Mundial da Alemanha não foi das melhores.

Mesmo contando com um grande plantel de jogadores, a classificação veio apenas na última rodada, em primeiro lugar, é verdade, mas com a equipe quase indo parar na repescagem por culpa da irregular Polônia. Outros times medianos, como País de Gales, Áustria e Irlanda do Norte, completavam a chave que parecia tranqüila.

As críticas vieram e, para piorar essa relação treinador-imprensa, Sven acabou sendo alvo, no início do ano, de uma “pegadinha” de um dos tablóides sensacionalistas ingleses. Um “jornalista”, fingindo-se de dono de milionária equipe árabe, gravou uma conversa na qual o técnico afirma, entre outras coisas, que Beckham estaria prestes a sair do Real Madrid e que Ferdinand não gostava de treinar.

As declarações pegaram mal tanto dentro quanto fora do elenco, fazendo com que o sueco acionasse a justiça processando o tal tablóide. A sensatez da federação acabou imperando e ele foi mantido para a Copa, apesar de já haver sido informado de ante-mão que não continua após a competição.

Para se despedir do cargo em que está prestes a completar 6 anos, Eriksson conta com uma defesa sólida, passando pela experiência do lateral-direito Gary Neville e do zagueiro Sol Campbell, provável opção no banco de reservas, pasmem. Os titulares do setor devem ser os seguros Rio Ferdinand e John Terry, havendo ainda o excelente Jamie Carragher brigando por vaga. Pela esquerda, Ashley Cole ainda se recupera de contusão para ser uma peça importante na equipe. O goleiro é Paul Robinson, do Tottenham, que tenta substituir o aposentado David Seaman à altura.

Para o meio-campo, o que parecia ser a solução para o esquema inglês pode se transformar num dilema. Dois dos melhores volantes do mundo, Frank Lampard e Steven Gerrard (respectivamente segundo e terceiro melhores jogadores da Europa, segundo a France Football), sofrem com sobrecarga na marcação quando têm a companhia dos ofensivos David Beckham e Joe Cole.

Tentando resolver o problema, Eriksson experimentou Ledley King, zagueiro de origem, como volante de contenção, sacando assim Cole.

O resultado do novo esquema variou muito, ora obtendo sucesso, como na vitória diante de Gales e Polônia pelas eliminatórias, ora falhando, como diante da Argentina em amistoso recente (foto abaixo), onde a vitória inglesa só veio após a entrada do meia do Chelsea. A dúvida deve persistir até o início do Mundial.

Solução é, sim, o ataque da equipe. Wayne Rooney e Michael Owen formam uma das melhores duplas do mundo no setor, com o eterno garoto prodígio não tendo mais que sofrer com a companhia do fraco Emile Herskey, tal qual no Japão e na Coréia. Shaun Wrigth-Phillips, revelação contratada a peso de ouro pelo Chelsea, surge como boa opção para meio e ataque. Outra carta na manga é o grandalhão Peter Crouch, expecialmente para jogadas aéreas.

No caminho para o título, a Inglaterra tem em seu grupo na Copa a boa Suécia, o defensivo Paraguai e o fraquíssimo Trinidad e Tobago. A classificação deve ser obtida com certa facilidade, ficando a briga pelo primeiro lugar com os suecos. Briga importante, pois faria a seleção líder da chave fugir de um iminente confronto contra a anfitriã Alemanha, já nas oitavas.

Portanto, se passar no primeiro posto, o English Team estaria no rumo certo para fazer desse Mundial a sua grande competição. Segunda favorita ao título para muitos, os comandados do Spice Boy Beckham tentam derrubar a liderança brasileira nas casas de apostas (vício da terra da rainha) e fazer a alegria da fanática torcida. Se assim for, que seja sem os temidos hooligans.



FICHA TÉCNICA

Fundação: 1863
Afiliação à FIFA: 1905
Participações em Mundiais: 11 (1950, 1954, 1958, 1962, 1966, 1970, 1982, 1986, 1990, 1998, 2002)
Melhor Resultado: Campeã (1966)
Última Copa: Quartas-de-final (2002)
Campanha nas Eliminatórias: 1ª colocada do Grupo 6 da Zona Européia

Títulos Continentais: Nenhum
Ranking FIFA: 9º
Time-Base: Robinson, Gary Neville, Ferdinand, Terry, Ashley Cole; King (Joe Cole), Gerrard, Lampard, Beckham; Owen e Rooney
Formação: 4-4-2
Técnico: Sven-Goran Eriksson
Principal Destaque: Frank Lampard (Chelsea)
Avaliação: ***** (Favorita)

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