Uma vez, no programa “Bem Amigos”, do SporTV, o jornalista Renato Maurício Prado levantou uma questão interessante. Ele afirmou que Alex, brasileiro do Fenerbahçe, e Riquelme, argentino do Villareal, têm um futebol semelhante, e o que os diferencia é a imprensa. Enquanto o brasileiro nunca foi unanimidade na opinião pública nacional, o argentino é amado pela ‘hermana’.
Os dois começaram praticamente na mesma época, e em 99/2000, eram camisa 10 de seus respectivos clubes, Palmeiras e Boca Juniors. Nos duelos entre as equipes, os dois roubaram a cena e foram a atração. Chegaram às suas respectivas seleções também na mesma época. Eram, sem dúvida, os dois principais jogadores da América do Sul no momento.
Riquelme teve um caminho mais fácil. Era o camisa 10 do Boca, clube mais popular da Argentina. Dono de qualidade técnica inquestionável, levou o time argentino ao título da Libertadores e do Mundial em 2000. Sua habilidade o levou para o Barcelona, onde não teve sucesso. Sua redenção chegou com a transferência para o Villareal, clube em que teve ótima atuação, e que o levou ao posto de principal ídolo da seleção argentina e na esperança para a Copa de 2006.
Já a trajetória de Alex foi mais tortuosa. Depois do sucesso no Palmeiras, foi contratado pelo Parma, onde não teve espaço para jogar. Foi emprestado ao Flamengo, numa tentativa de montar um time com grandes craques. Chegaram Denílson, entre outros. Mais uma vez, não deu certo. O fracasso da Seleção Olímpica em 2000 não fez bem para Alex, que só recuperou o excelente futebol no Cruzeiro, em 2003, que conduziu ao título brasileiro. Neste momento, voltara a ser titular do Brasil, inclusive como capitão na Copa América, depois de perder a vaga para o Mundial 2002. Porém, a conturbada transferência para o clube turco e a falta de visibilidade atrapalharam Alex, que não está sequer cotado para a Copa do Mundo.
Na argentina, qualquer camisa 10 que se destaque, é comparado e taxado de novo Maradona. Foi assim com Ortega, Aimar, Tevez, D’Alessandro. E foi assim com Riquelme. Lá, o jogador do Villareal é ídolo, e amado pela imprensa. Então, releva-se o fato de o camisa 8 da Seleção azul-celeste não ter uma grande regularidade. Alex não teve a mesma sorte. Mesmo tido como craque, o jogador foi taxado como ‘sonolento’ e irregular por boa parte da imprensa, e essa dúvida virou uma marca na carreira do jogador.
Dois jogadores de futebol muito parecido, mas que o destino e a imprensa deram rumos diferentes. Mas, com certeza, seria ótimo ver esses dois craques em suas seleções. É uma pena que Alex não poderá mostrar tudo o que sabe na Alemanha. Será um dos grandes craques brasileiros que nunca disputou uma Copa do Mundo, como Marcelinho Carioca, Amoroso, Evair e Djalminha. Já Riquelme será a esperança argentina para o Mundial.
Um comentário:
A imprensa acaba com o futebol, os brasileiros ainda mais, por serem clubistas e ignorantes...
Alex é craque, mas hoje em dia vale mais um bom empresário e "marketeiro" do que um bom futebol no pé, e o Alex se preocupa em jogar, e não aparecer...
Parabéns!!!!
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