terça-feira, novembro 20, 2007

Thiago Neves: 2008 é com ele

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Henrique Moretti

Thiago Neves é um bom exemplo da safra recente de bons jogadores do futebol brasileiro. Tão jovens já atingem destaque e tão logo já se apressam em sair do país. Ter retornado rapidamente também não é privilégio de Neves, tampouco ter encontrado dificuldades na administração da carreira.

Ainda assim, o talento tem se sobressaído: com apenas 22 anos, o paranaense constitui as principais esperanças do Fluminense, que jogará a Libertadores em 2008. Com um ótimo Campeonato Brasileiro, Thiago Neves é, hoje, ao lado do também jovem Arouca, a maior referência técnica do time de Renato Gaúcho. Sem dúvidas, um legítimo prodígio.


Início de trajetória

Ainda que promovido em 2004, foi no ano seguinte que Thiago Neves passou a atuar na equipe profissional paranista, chegando a figurar entre os melhores do torneio estadual. Naquela temporada, já apresentava problemas disciplinares, tanto que, em novembro, acabou afastado da equipe após chegar atrasado a treinamentos. O então técnico paranista, Luiz Carlos Barbieri, não teve dúvidas ao punir o jogador, que também havia tido problemas com o treinador anterior, Lori Sandri.

Thiago, porém, havia feito um ótimo primeiro turno no Brasileirão de 2005. Na surpreendente campanha do Paraná, foi bastante efetivo e se valorizou. Ainda que, depois, os problemas disciplinares tenham minado seu espaço no clube. Barbieri deixou o caso nas mãos da direção e, assim, Thiago Neves foi para o Vengata Sendai.

No clube da segunda divisão japonesa, foi treinado por Joel Santana e teve, ainda, as companhias de Borges, outro ex-paranista, além do meia Lopes, ex-Palmeiras, Juventude e Cruzeiro.


O renascimento

De volta ao Brasil, Neves partiu para o Fluminense, onde atingiu o ponto alto da curta carreira. Primeiramente ofuscado pela grande leva de jogadores contratados pelo clube (foram 16, no total), o jovem meia custou a obter uma chance. Na verdade, o empecilho para ele tinha nome: Carlos Alberto, contratado junto ao Corinthians como o grande trunfo da parceria entre Fluminense e Unimed para 2007.

Com Renato Gaúcho como novo treinador, a melhora nos resultados foi visível. O padrão de jogo passava a existir, e a equipe, apesar de eliminada precocemente no Campeonato Carioca, caminhava, ainda que sob dificuldades, na Copa do Brasil.

Desde o início do Brasileirão, jogadores titulares começaram a ser poupados, no planejamento traçado por Renato. Foi então que Thiago Neves passou a fazer belas partidas, como diante do Internacional, em que começava a mostrar uma de suas fortes características: o chute de longa distância, especialmente em cobranças de falta.Naquela partida, válida pela terceira rodada, o colorado Renan sofreu o primeiro dos 11 gols que Thiago Neves soma, até aqui, neste Brasileirão.

Uma grande seqüência de boas atuações já credenciava Thiago a ser o camisa 10 também da “equipe A” do Flu. Carlos Alberto, porém, sob hipótese alguma poderia perder o lugar no time. Nesse contexto, a transferência do ex-portista - para o Werder Bremen - veio a calhar.

Meio-campo moderno, rápido, com boa aproximação ao ataque e lapidado nos fundamentos, Thiago é nome certo entre os dois meias da seleção do Campeonato Brasileiro, especialmente pelo que fez no primeiro turno. E pode, ainda, integrar o elenco que irá buscar a inédita medalha de ouro em Pequim.

A partir da segunda metade da competição, porém, os problemas extra-campo voltaram a atrapalhar Thiago Neves. Com o contrato expirando com o Fluminense (se encerra em dezembro deste ano), a diretoria carioca esforçava-se para mantê-lo, visando a Taça Libertadores 2008. Entretanto, a possibilidade do meia acertar um pré-contrato, com qualquer outro clube, gerou sondagens de Palmeiras, São Paulo e equipes estrangeiras.

Renato Gaúcho, porém, entrou em ação. O treinador, talvez orientado pela diretoria, decidiu que Thiago Neves só voltaria a jogar quando tivesse o vínculo renovado. Sem pretensões dentro do Campeonato Brasileiro, o Flu se viu em posição cômoda, já que pôde, assim, priorizar a temporada 2008 e pressionar Thiago pela extensão do contrato.

Thiago Neves, porém, já tinha um pré-contrato com o Palmeiras. O vínculo fora acertado em 18 de agosto. Em entrevista, o meia confirmou também o recebimento de luvas no valor de R$400 mil. Dizendo-se arrependido, Neves afirmou ter confiado em algumas pessoas e “ficou cego”.



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