Há três grupos nessa Copa que serão implacáveis com pequenos erros. A chave C, claro, conhecida como “grupo da morte”, e também as E e F, respectivamente, da Itália e do Brasil. Nossos segundo e terceiro adversários fizeram um jogo de detalhes, de poucos espaços disponíveis, marcação forte e defesas avançando suas linhas, congestionando o meio-de-campo. É certo que não teremos metade da moleza de 2002 na primeira fase. O Brasil não poderá estrear bamba como fez contra os turcos e nem abrir as avenidas das duas partidas subseqüentes. Se passar às oitavas, provavelmente encarará um duelo de vida ou morte com Itália ou República Tcheca.
De volta à chave F, pode-se dizer que o Japão perdeu por detalhes, mas também perdeu na imposição de seu estilo. Não chegou a marcar mal, contudo abriu mais brechas defensivas do que o adversário, e, ao contrario deste, precisou que seu goleiro intervisse freqüentemente a fim de evitar o pior. Viu-se facilitado por dois erros da arbitragem no primeiro tempo, sendo que um impediu um possível gol australiano (impedimento inexistente) e outro propiciou a abertura do placar (falta não marcada do atacante no goleiro).
De qualquer modo, penso que a tônica da partida não esteve só nos vacilos individuais japoneses que impediram sua possível vitória, apesar destes exercerem peso fundamental. Talvez a capacidade maior dos “aussies” em determinar como o jogo seria jogado tenha se constituído no grande diferencial, ponto chave que Parreira sempre enfatiza durante entrevistas. “Austrália e Japão” sucedeu-se mais à cara de Hiddink e do estilo pegador com muito contato, marcação e espaços mínimos disponíveis adotado pelos australianos do que a
Os japoneses não souberam cadenciar quando necessário, recurso que sempre facilita a equipe mais técnica, como também não souberam impor a típica velocidade asiática. Uma Austrália “pesada” fez valer esse peso sobre um Japão “leve”, tornando o jogo sua imagem e semelhança, embora pudesse ter saído com uma derrota se o arqueiro nipônico não errasse feio, posicionando-se mal num escanteio, possivelmente empolgado pela defesa recém-realizada.
Outros detalhes, como um passe impreciso para a conclusão atabalhoada de um contra-ataque, ainda com a partida em “1 x
Pelo grupo E, Itália e República Tcheca mostraram a que vieram e decerto não imaginam precisar estar com capacidade inferior a 100% nas fases iniciais da competição para almejarem título. Rosicky e companhia evidenciaram uma fragilidade americana conhecida de seus últimos amistosos, mas também triunfaram pela qualidade técnica de time grande que possuem com Nedved
Ao Brasil, um alerta de que nossos primeiros três confrontos deverão ser duelos de espaços curtos, velocidade e pouca chances para errar, onde a imposição do estilo de jogo será fundamental, como também adaptar-se às condições adversas de longos momentos truncados e brigados com entrosamento, triangulações e muita paciência. Capacidade, nossos craques certamente possuem.
Luiz Mendes Junior também escreve no blog:www.noticiasdofront3.blogspot.com
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