quarta-feira, março 08, 2006

Cadê o respeito?

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Bruno de Oliveira


Gordo, velho, "baladeiro" e sem interesse. Para muitos, esse é Ronaldo. O atacante do Real Madrid tem sido alvo de duras críticas nas últimas semanas. Com apenas 3 gols em 2006, um deles no último amistoso da seleção, o Fenômeno definitivamente não vive uma boa fase. Mas seria essa fase suficiente para justificar tantos ataques?

Primeiro foi Pelé, que disse que Ronaldo deveria se preocupar mais com o futebol e deixar um pouco de lado seus compromissos pessoais e sociais. Agora, foi a vez de Platini abrir a boca. Para o ex-meia francês, o atacante está “com anos e quilos demais”. Aos 29 anos, e dentro de seu peso ideal, segundo Parreira, que esteve com o jogador semana passada, Ronaldo parece pagar pelo momento conturbado que vive o Real. Com um time montado pra vender camisas, os espanhóis não sabem o que é um título desde 2003. E estão vendo no atacante o bode expiatório perfeito para a má fase.

Após estourar no Cruzeiro e obter números incríveis em sua passagem pelo PSV, o atacante chegou ao Barça com o apelido de Fenômeno. Suas arrancadas inigualáveis e seus gols espetaculares lhe renderam prêmios e elogios de todo o mundo. Ronaldo virou patrimônio universal. Só que, com as contusões, vieram as dúvidas. As duas cirurgias sofridas no joelho fizeram com que muitos dissessem que ele estava acabado pro futebol. Mas o Fenômeno provou o contrário. Voltou sendo artilheiro da Copa de 2002 com oito gols e levando o Brasil ao penta.

O problema é que Ronaldo já não era mais o mesmo. E nem poderia ser diferente. Com as cirurgias, e com o passar do tempo, o atacante mudou seu estilo de jogar. Já não dá mais arrancadas como antes, assim como já não dribla mais como gostava de fazer. Mas a experiência lhe trouxe uma noção maior de posicionamento e de tática. O que parece difícil de se compreender para torcedores, diretores e antigos admiradores do craque. Não se pode esperar de Ronaldo os lances maravilhosos de tempos atrás. Muito menos cobrá-lo por isso. O que se pode esperar e cobrar de Ronaldo são gols.

Acontece que eles não têm vindo. E assim, abre-se espaço para vaias, críticas e principalmente comparações. Os torcedores do Real, ao mesmo tempo em que criticam seu jogador, assistem Eto’o, Shevchenko e Henry marcarem gols atrás de gols. Logo, partem para o simplismo, dizendo que os três são melhores que o brasileiro. E se esquecem de algumas coisas. Em 96/97, quando Ronaldo fazia sua melhor temporada e conquistava o mundo, Henry ainda era apenas uma promessa do Mônaco, mesmo sendo apenas um ano mais novo. Shevchenko, hoje artilheiro do Milan, ainda passava frio na Ucrânia. E Samuel Eto’o se contentava com a equipe B do Real. Nenhum deles, aliás, participou de três finais de Copa, tendo vencido duas. E nenhum deles foi eleito três vezes o melhor do mundo. É uma grande diferença.

Que hoje os três vivem uma fase melhor, ninguém discorda. Mas ainda há um grande abismo entre Ronaldo e eles. O brasileiro já venceu tudo que podia. Se hoje não vive bom momento, amanhã pode estar por cima novamente. Pode, inclusive, se tornar o maior artilheiro em Copas do Mundo. O que não é difícil, já que tem mostrado ser um jogador de decisão. Se hoje a fase é ruim, amanhã Ronaldo pode calar a todos novamente. Agora, esquecer de tudo o que já fez para o futebol e ofendê-lo quando a bola não entra, é, no mínimo, uma enorme falta de respeito.

4 comentários:

2co disse...

Ele joga no meu time fácil.

Anônimo disse...

Joga a 9 pro femônimo que ele resolve..

Anônimo disse...

opa, tinha esquecido do nome..

Anônimo disse...

Sou mais o Ronaldo com 120kg do que dois atacantes com 60kg. É fenômeno e ponto. E tendo dito!