___________________________________________________________
Gustavo Vargas e Henrique Moretti
Surpresas. Decepções. Mais de 160 partidas coloridas por emoção e gols, muitos gols. O futuro do futebol brasileiro. Foi diante desse contexto que o trilhar do apito do árbitro Welton Orlando Wohnrath encerrou, no último dia 25, mais uma edição da Copa São Paulo, a principal competição de base do país. Ao todo, foram 21 dias de pelejas que culminaram no inédito e inesperado título do Figueirense. Dias que nos proporcionaram várias histórias e lições.
Desde 05 de janeiro, quando Cruzeiro e Mirassol inauguraram o certame, até a decisão entre os catarinenses e o Rio Branco de Americana, o Olheiros esteve atento ao que aconteceu dentro das quatro linhas. Com o passar dos jogos, fomos apreciando o surgimento de valorosas promessas – entre elas os precoces Nicão e Neymar – e a queda gradativa dos times considerados favoritos. Alguns decepcionaram. Outros, porém, acabaram não tendo sorte.
Também ficou comprovada a importância dos pequenos. Como não saudar o vice-campeonato do Rio Branco? O que falar da campanha do São Carlos, que eliminou o Cruzeiro (campeão em 2007) nas oitavas-de-final? E de que maneira esquecer-se do Marília-MA, responsável pela queda do Atlético-MG na primeira fase? Exemplos que denotam uma das tantas quebras de clichês por nós verificadas. Sim, o tão combatido “inchaço” da Copinha é benéfico.
Outro aspecto importante do torneio foi a presença de inúmeros camisas dez de qualidade e grande potencial. Ao contrário do mito imposto por diversos segmentos da imprensa dita especializada, o Brasil continua sim possuindo uma excelente matéria-prima no que diz respeito a meias armadores. Os finalistas Felipe e Maicon Talhetti, o colorado Tales, o são-paulino Sérgio Mota, o santista Paulo Henrique e o flamenguista Erick Flores são alguns exemplos.
A partir de agora, o Olheiros destrincha tudo isso e muito mais. É o encerramento de uma cobertura que começou em dezembro passado, através do levantamento de informações de cada uma das 88 equipes participantes, e que ainda contou com entrevistas, boletins diários e previews das partidas decisivas. Um trabalho árduo, mas, acima de tudo, recompensante. Um trabalho que, indubitavelmente, nos orgulhou e nos trouxe um imensurável amadurecimento. Confira![GV]
Os grandes ficaram pelo caminho
Em termos de favoritos não chegarem às fases finais, fatalmente a Copa São Paulo de 2008 será comparada à de 2006. Naquele ano, América-SP e Comercial-SP disputaram a decisão, sendo que desses dois nenhum jogador seguiu bom rumo na carreira. Entretanto, como numa competição de base mais valem jogadores talentosos do que o próprio título, esta Copinha foi bem servida – assim como aquela que muitos desprezam, em que desfilaram Ilsinho, Alexandre Pato e Keirrison, entre outros.
O primeiro grande a cair jogou
Logo no início da segunda fase, caíram mais duas equipes que nunca chegaram a convencer na competição. Como já era previsto, apenas as boas atuações do goleiro Dida e do atacante Daniel Lovinho não foram capazes de levar o Palmeiras, eliminado pelo campeão Figueirense, adiante. Do mesmo modo, o Vasco não conseguiu superar o hat-trick de Gauchinho, do União São João, ficando clara a falta que fez o meia-atacante Alex Teixeira, alçado aos profissionais aos 18 anos.
Nas oitavas, foi a vez de Corinthians e Flamengo darem adeus. Muito dependente dos gols do rápido Marcelinho e das jogadas do versátil Caju, o Timãozinho caiu frente ao Fortaleza, dos bons Marcos Bambam, atacante, e Bismarck, meia. Já o Fla mostrou muita qualidade na primeira fase, mas a irregularidade do atacante Paulo Sérgio (com passagens pelo time principal) e do meia Erick Flores acabou sendo decisiva para o time perder para o Internacional. O promissor Erick, inclusive, foi expulso na partida, enquanto o artilheiro Pedro Beda também não conseguiu contribuir.
Apontado antes do início da competição como um dos favoritos ao título, o Fluminense foi outro a não decolar, caindo nas oitavas diante do São Paulo. Curiosamente, a derrota veio em uma das únicas boas partidas do tricolor carioca,
O tricolor paulista também foi o carrasco do Grêmio, nas quartas. Os gaúchos haviam sido destaque na primeira fase após aplicar a segunda maior goleada do torneio (diante do Ypiranga-PE), apresentando um dos artilheiros da competição, Rafael Martins, além do lateral-direito Thiago e do meia Maylson. Após eliminar dois grandes, porém, o São Paulo sucumbiu ao surpreendente Figueirense, em uma partida que foi decidida por um pênalti discutível e pelas boas defesas do goleiro Gustavo. No confronto válido pelas semifinais, atrapalharam a lesão de Eric e a pouca inspiração de Sérgio Mota.
Apesar do resultado final razoável (eliminado nas quartas para o Inter), o Santos é provavelmente a equipe que mais tem a comemorar. Junto aos já conhecidos Thiago Carleto e Alemão, apareceram o líbero Diego Monar, o cerebral Paulo Henrique e o rápido e letal Thiago Luís. O colorado, por sua vez, caiu nas semifinais, perdendo nos pênaltis para o Rio Branco. Grande destaque do último Brasileiro Sub-20, o meia Tales não esteve tão participativo, e o voluntarioso Walter não conseguiu salvar a equipe como fez contra o Santos.[HM]
confira o texto completo em http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=234
Um comentário:
Opa, não conhecia este blog aqui, dos amigos. Adicionarei nos dois meus, especialmente no Febre Mundialista, em que falo só de Copa!
Abraços
Postar um comentário