sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Uma Copinha de histórias e lições

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Gustavo Vargas e Henrique Moretti


Surpresas. Decepções. Mais de 160 partidas coloridas por emoção e gols, muitos gols. O futuro do futebol brasileiro. Foi diante desse contexto que o trilhar do apito do árbitro Welton Orlando Wohnrath encerrou, no último dia 25, mais uma edição da Copa São Paulo, a principal competição de base do país. Ao todo, foram 21 dias de pelejas que culminaram no inédito e inesperado título do Figueirense. Dias que nos proporcionaram várias histórias e lições.

Desde 05 de janeiro, quando Cruzeiro e Mirassol inauguraram o certame, até a decisão entre os catarinenses e o Rio Branco de Americana, o Olheiros esteve atento ao que aconteceu dentro das quatro linhas. Com o passar dos jogos, fomos apreciando o surgimento de valorosas promessas – entre elas os precoces Nicão e Neymar – e a queda gradativa dos times considerados favoritos. Alguns decepcionaram. Outros, porém, acabaram não tendo sorte.

Também ficou comprovada a importância dos pequenos. Como não saudar o vice-campeonato do Rio Branco? O que falar da campanha do São Carlos, que eliminou o Cruzeiro (campeão em 2007) nas oitavas-de-final? E de que maneira esquecer-se do Marília-MA, responsável pela queda do Atlético-MG na primeira fase? Exemplos que denotam uma das tantas quebras de clichês por nós verificadas. Sim, o tão combatido “inchaço” da Copinha é benéfico.

Outro aspecto importante do torneio foi a presença de inúmeros camisas dez de qualidade e grande potencial. Ao contrário do mito imposto por diversos segmentos da imprensa dita especializada, o Brasil continua sim possuindo uma excelente matéria-prima no que diz respeito a meias armadores. Os finalistas Felipe e Maicon Talhetti, o colorado Tales, o são-paulino Sérgio Mota, o santista Paulo Henrique e o flamenguista Erick Flores são alguns exemplos.

A partir de agora, o Olheiros destrincha tudo isso e muito mais. É o encerramento de uma cobertura que começou em dezembro passado, através do levantamento de informações de cada uma das 88 equipes participantes, e que ainda contou com entrevistas, boletins diários e previews das partidas decisivas. Um trabalho árduo, mas, acima de tudo, recompensante. Um trabalho que, indubitavelmente, nos orgulhou e nos trouxe um imensurável amadurecimento. Confira![GV]

Os grandes ficaram pelo caminho

Em termos de favoritos não chegarem às fases finais, fatalmente a Copa São Paulo de 2008 será comparada à de 2006. Naquele ano, América-SP e Comercial-SP disputaram a decisão, sendo que desses dois nenhum jogador seguiu bom rumo na carreira. Entretanto, como numa competição de base mais valem jogadores talentosos do que o próprio título, esta Copinha foi bem servida – assim como aquela que muitos desprezam, em que desfilaram Ilsinho, Alexandre Pato e Keirrison, entre outros.

O primeiro grande a cair jogou em Barueri. Após um empate com o Marília-MA, uma das revelações do torneio, e uma vitória sobre o Fluminense-BA, o Atlético-MG precisava bater a equipe da casa. Entretanto, no intuito desordenado de ir às redes, o Galinho acabou sofrendo um solitário gol de Juan, aos 48 minutos do segundo tempo, que mandou a equipe de volta a Minas e que de nada adiantou ao Grêmio Barueri. No Atlético, o veloz atacante Renan foi um dos poucos a se salvar da decepcionante campanha, com quatro gols marcados.

Logo no início da segunda fase, caíram mais duas equipes que nunca chegaram a convencer na competição. Como já era previsto, apenas as boas atuações do goleiro Dida e do atacante Daniel Lovinho não foram capazes de levar o Palmeiras, eliminado pelo campeão Figueirense, adiante. Do mesmo modo, o Vasco não conseguiu superar o hat-trick de Gauchinho, do União São João, ficando clara a falta que fez o meia-atacante Alex Teixeira, alçado aos profissionais aos 18 anos.

Nas oitavas, foi a vez de Corinthians e Flamengo darem adeus. Muito dependente dos gols do rápido Marcelinho e das jogadas do versátil Caju, o Timãozinho caiu frente ao Fortaleza, dos bons Marcos Bambam, atacante, e Bismarck, meia. Já o Fla mostrou muita qualidade na primeira fase, mas a irregularidade do atacante Paulo Sérgio (com passagens pelo time principal) e do meia Erick Flores acabou sendo decisiva para o time perder para o Internacional. O promissor Erick, inclusive, foi expulso na partida, enquanto o artilheiro Pedro Beda também não conseguiu contribuir.

Apontado antes do início da competição como um dos favoritos ao título, o Fluminense foi outro a não decolar, caindo nas oitavas diante do São Paulo. Curiosamente, a derrota veio em uma das únicas boas partidas do tricolor carioca, em que Mayaro e João Paulo mostraram qualidade. Destaque também para Dalton, comandante da defesa que sofreu apenas dois gols nos cinco jogos disputados. O Cruzeiro viveu história parecida. Na primeira fase, a Raposa pouco mostrou além do bom volante Bernardo. Após passar pelo Guarani com um placar mínimo, os mineiros não conseguiram furar a defesa do São Carlos, caindo nos pênaltis.

O tricolor paulista também foi o carrasco do Grêmio, nas quartas. Os gaúchos haviam sido destaque na primeira fase após aplicar a segunda maior goleada do torneio (diante do Ypiranga-PE), apresentando um dos artilheiros da competição, Rafael Martins, além do lateral-direito Thiago e do meia Maylson. Após eliminar dois grandes, porém, o São Paulo sucumbiu ao surpreendente Figueirense, em uma partida que foi decidida por um pênalti discutível e pelas boas defesas do goleiro Gustavo. No confronto válido pelas semifinais, atrapalharam a lesão de Eric e a pouca inspiração de Sérgio Mota.

Apesar do resultado final razoável (eliminado nas quartas para o Inter), o Santos é provavelmente a equipe que mais tem a comemorar. Junto aos já conhecidos Thiago Carleto e Alemão, apareceram o líbero Diego Monar, o cerebral Paulo Henrique e o rápido e letal Thiago Luís. O colorado, por sua vez, caiu nas semifinais, perdendo nos pênaltis para o Rio Branco. Grande destaque do último Brasileiro Sub-20, o meia Tales não esteve tão participativo, e o voluntarioso Walter não conseguiu salvar a equipe como fez contra o Santos.[HM]


confira o texto completo em http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=234

Um comentário:

Maurício disse...

Opa, não conhecia este blog aqui, dos amigos. Adicionarei nos dois meus, especialmente no Febre Mundialista, em que falo só de Copa!

Abraços