______________________________________________________
Alden Calviño
Tricampeã do mundo, finalista em 1982, 1986 e 2002, nação de célebres jogadores como, Matthäus (foto), Voller, Muller, Brehme, a Alemanha pode estar com os dias contados no cenário futebolístico.
Como o atual técnico da seleção e ex-jogador Jürgen Klinsmann afirmou no recente Fórum do Futebol no Rio de Janeiro, não se vêem mais crianças jogando futebol nas ruas, a tradicional “pelada”, coisa comum nos países sub-desenvolvidos, segundo o próprio.
Mas qual seria o problema que ocorre com as crianças da Alemanha? Qual a causa desse desaparecimento dos garotos?
Maior economia da Europa, 3º maior PIB do mundo, a Alemanha fora das “quatro linhas” vai muito bem, obrigado.
Contudo, um dos grandes contratempos vividos na Alemanha hoje em dia é a baixa taxa de natalidade, e a alta taxa de longevidade, o que inclusive fizeram com que os políticos alemães, em Março de 2005, chegarem a realizar um apelo para a população ter mais filhos.
Com esse problema, não há a renovação no futebol alemão, pois as crianças hoje são minoria num país envelhecido.
Isso sem contar que, em uma nação extremamente capitalista, os jovens desde cedo são incentivadas pelos pais a estudarem e assim conseguirem um lugar ao Sol no concorrido e disputado mercado alemão, alternativa mais plausível a que se aventurarem no mundo do futebol.
Esse dilema não ocorre em países subdesenvolvidos, ainda de acordo com Klinsmann, pois as chances de uma criança que convive com mais oito irmãos são menores em se conseguir um estudo que se preze, ao passo que os países do 3º Mundo ainda contam com diversos problemas na área educacional.
Logo esses garotos que não terão muitas chances no estudo acabam entrando num mundo não menos rentável e de mais fácil entrada, o futebol.
Em um estudo realizado em Lagos, capital da Nigéria, 9 em cada 10 crianças sonham em se tornar jogadores de futebol, e diariamente praticam o esporte jogado na rua, com o intuito de se destacar, e em breve chegar à Europa, sonho de consumo dos atletas de países subdesenvolvidos.
Um outro fator importante a se destacar são os imigrantes africanos. Estes têm mais dificuldades em entrar na Alemanha, diferentemente da França, onde facilmente conseguem acesso. Caso semelhante também ao da Holanda, que durante muito tempo teve jogadores de suas colônias, Suriname, Antilhas, dentre outros.
Isso fez com que as seleções destes países se fortalecessem dentro de campo, numa grande mistura de raças, e assim organizaram fortes equipes, vide a França de 1998.
Alguns poderão afirmar que na atual seleção da Alemanha existem jovens jogadores que podem dar à um futuro promissor à Seleção, casos de Schweinsteiger, Podolski e Mertesacker. Mas apenas isso será suficiente para uma seleção tricampeã do mundo?
Muitos crêem que não, que isso seria muito pouco para o quilate da seleção alemã; outros pensam que sim e que o fussball voltará ao seu auge e se tornará novamente uma potência futebolística.
De agora em diante é esperar para ver se os problemas extra-campo irão permitir à Alemanha a se firmar novamente no cenário mundial ou ela irá só assistir de camarote o crescimento e um possível domínio do futebol africano.
2 comentários:
Cara,achei legal esse texto hein?
Achei por acaso este blog, e me deparei com esse artigo bem interessante.
Existem algumas pessoas que não irão concordar, mas acho que é mais ou menos isso que pode acontecer!
Ah as outras matérias estão bem legais também!!
flw!
Achei muito bom o artigo. Pesquisado e fundamentado, mas não concordo com algumas coisas.
O primeiro ponto é que, apesar de não se ver jogadores jogndo peladas nas ruas, a globalização está aí e é bem usada na Alemanha. Basta ver Kuranyi e Azamoah, que não nasceram na terra do fussball.
E, se o que você projetou na Alemanha acontecer, veremos gradativamente o fim do futebol europeu, visto que boa parte dos países tradicionais vivem situação semelhante quanto às taxas de natalidade.
O outro ponto é que, caso a Alemanha faça uma boa campanha na Copa, jovens serão atraídos para jogar, e isso mantém uma renovação, e jogadores como Huth, Podolski e Schweinsteiger tem ainda muitas Copas pela frente.
Mesmo assim, gostei muito do artigo!
Abraços
Postar um comentário